Giovanella sabe o que é sofrer as agruras de uma suspensão da competição depois de acusar 19-norandrosterona, a mesma substância que foi encontrada no controlo anti-doping efectuado a Nuno Assis no final do jogo com o Marítimo, a 3 de Dezembro.
O ex-jogador do Estoril, Tirsense e Belenenses, actualmente no Celta de Vigo, foi notificado em Janeiro de 2005 pela Real Federação Espanhola de Futebol que tinha sido detectada uma taxa de 3,9 ng/ml de 19-norandrosterona na amostra analisada em Dezembro de 2004, após um jogo da II divisão entre o Celta e o Pontevedra. A pena aplicada foi de dois anos, o que, para um jogador já com 35 poderá significar o ponto final na carreira. Mas Giovanella prometer recorrer até às últimas instâncias.
Devidamente informado do caso de Nuno Assis, o brasileiro mostrou total solidariedade para com o atleta do Benfica. «É uma situação complicada, porque é muito difícil de provar que não tomou nada. Os especialistas sabem que o corpo produz esta substância, mas existem muitas dúvidas e cada vez mais. As evidências existem, mas os responsáveis pelos departamentos de controlo anti-dopagem não querem alterar as leis. Assim, torna-se difícil um atleta provar a sua inocência», referiu ao Maisfutebol.
«Acredito piamente que o Nuno Assis não tomou nada, porque não é normal os jogadores tomarem este tipo de coisas sabendo que vão correr o risco de ser apanhados. Para além disso, esta substância não vai mudar nada, porque melhora a massa muscular e tinha de ser tomada durante seis meses consecutivos para produzir efeitos», frisou, apresentando de imediato a sua defesa:
«Já existem laboratórios, como em Montreal, no Canadá, que fazem o teste para especificar se a substância foi tomada ou se é de produção endógena, mas não estão a aceitar essa argumentação. Penso que temos de lutar pela alteração da lei actual, porque já são muitos os desportistas a cair por causa da mesma substância e é hora de surgirem novas perspectivas».
Diferentes decisões
A decisão final sobre o seu caso só sucederá no dia 10, mas Giovanella não acredita que a pena seja revogada. «Tenho de esperar que eles apresentem a decisão final, que está nas mãos da comissão de disciplina desportiva. Depois, posso sempre passar para a justiça civil, porque o mais provável é não revogarem o castigo, porque seria contradizer tudo o que têm dito até agora», abordou, lamentando que a sua situação não seja tratada da mesma forma que Gurpegi.
O jogador do Athletic Bilbao acusou 19-norandrosterona em Setembro de 2002, foi punido com dois anos de suspensão, mas nunca deixou de competir: «Houve uma dualidade de critérios e não se sabe porquê. Tem todo o direito de jogar, porque não acabou o processo, mas eu também tinha o direito de jogar».