Gondomar prepara-se para o jogo com o Dragões Sandinenses, partida da 35ª jornada da Zona Norte da II Divisão B com início às 16h deste domingo, que vai realizar-se no contexto da operação policial baptizada de Apito Dourado, em que o clube assumiu papel central. É grande o aparato policial à volta do estádio, e quando falta mais de uma hora para o início do jogo há já muitos adeptos do clube visitado nas bancadas.
O Gondomar lidera o campeonato com quatro pontos de avanço sobre os Dragões Sandinenses, este jogo adivinhava-se já muito quente, mas redobrou de importância no contexto da mega-investigação policial, que levou à detenção de 16 pessoas, entre os quais o presidente e um dirigente do Gondomar. O presidente José Luís Oliveira foi mesmo o único dos indiciados que ficou em prisão preventiva.
Há muitos agentes da polícia na zona e também carrinhas da Polícia de Intervenção. As autoridades vão fazer revistas aos adeptos, bem como criar um corredor de emergência e acompanhar a equipa dos Dragões Sandinenses. O mesmo se aplicará aos adeptos, mas não é de prever que haja muita gente a fazer a viajar de Sandim.
Até porque os preços dos bilhetes não são nada convidativos. O Gondomar abriu as portas aos residentes - quem tiver Bilhete de Identidade da cidade entra de borla, mas quem tiver de adquirir ingresso terá de pagar nada menos que 25 euros. Será uma medida de retaliação em relação ao jogo de Sandim, que tinha ingressos a 12 euros.
Vêm-se muitas faixas nas bancadas, quase todas a alimentar a rivalidade entre os dois clubes e a falar de contas antigas do campeonato. «Porque anularam o 2-3 em Vizela e em Sandim aos 89 minutos? Quem ganhou aos 95 de penalty sem existir ao Ermesinde? Quem ganhou ao Lousada com um golo que não entrou? Quem ganhou aos 92m e 98m ao Taipas? Por que não os investigam?», lê-se num extenso cartaz. «Será que a corrupção no futebol se deve ao Gondomar?», diz outro. E ainda: «Lembras-te do golo que anulaste em Paredes num lançamento de linha lateral?»
Júlio Barbosa, dirigente do Gondomar, deixou ao Maisfutebol um desejo: «Espero que corra bem e não haja atritos». «É um momento importante para o clube, espero que os adeptos nos incentivem neste momento difícil», afirmou, garantindo que «a direcção do clube tem feito um esforço quase sobre-humano para, que se os adeptos dos Dragões Sandinenses vierem cá, estejam em segurança.»