A Suécia estreou-se no Mundial com uma difícil vitória sobre a Coreia do Sul, num jogo que ficou decidido por uma grande penalidade, confirmada pelo VAR e convertida pelo experiente Granqvist. A seleção nórdica foi quase sempre superior aos tigres asiáticos e acabou por reclamar os três pontos que lhe permitem juntar-se ao México no topo da classificação do Grupo F antes de defrontar a Alemanha. Uma vitória histórica para uma Suécia que não vencia o primeiro jogo de uma fase final desde que organizou o torneio em 1958. Nesse ano chegou à final e só perdeu para o Brasil do jovem Pelé. Outros tempos.

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A Coreia do Sul procurou entrar forte no jogo, mas rapidamente teve de rever as suas intenções, quando se apercebeu das diferenças evidentes para o adversário, a começar pela estatura. Os tigres asiáticos procuraram surpreender nos primeiros minutos, com bolas longas, ora para as costas dos laterais, procurando explorar a velocidade de Hee-Chan Hwang e Heung-Min Son, ora para as costas dos centrais à procura de Shin-Wook Kim, o jogador mais alto da equipa, com quase dois metros de altura.

A Suécia acusou o toque nos minutos iniciais, face à ousadia do adversário, mas rapidamente recuperou a compostura e, aos poucos, foi chamando a si as rédeas do jogo. Sempre que a Coreia perdia a bola, exercia uma pressão alta, fazendo muitas vezes falta, para depois organizar-se em termos defensivos. A verdade é que a Suécia, sempre consistente, foi crescendo em campo, conquistando metros, até conseguir colocar a bola na área, provocando aí extremas dificuldades à defesa coreana com bolas altas. Aos vinte minutos a primeira oportunidade, com Granqvist a invadir a área lançado por Berg, mas Young-Gwon Kim, em carrinho, evitou o pior.

«Espiões» e camisolas trocadas antes do Suécia-Coreia

Berg também surgiu destacado, a passe de Toivonen, mas atirou à figura do jovem guarda-redes Hyun-Woo Cho, a grande surpresa no onze coreano, à frente dos dois Kim que, à partida, seriam primeira e segundas opções. A Suécia também tinha entrado em campo sem Lindelof, ao que tudo indica, afastado do jogo devido a uma indisposição. Pelo meio, a Coreia perdeu ainda o seu lateral esquerdo, Joo-Ho Park, devido a uma lesão muscular. A Suécia ameaçava o golo, mas antes do intervalo, um lance polémico em cada uma das área. Primeiro foram os coreanos a reclamar uma pretensa falta de Augustinsson sobre Son que não parece existir. Logo a seguir, foram os suecos a levantar os braços quando Ki, em luta com Toivonen, chegou primeiro à bola, mas depois derrubou o avançado. Desta houve mesmo falta, mas o árbitro nada assinalou e o jogo seguiu para intervalo sem golos.

Logo a abrir a segunda parte, Forsberg atirou por cima da trave na conclusão de um rápido contra-ataque. A Coreia do Sul ainda respondeu com uma cabeçada de Ka-Cheol Koo, mas eram cada vez mais raras as investidas dos coreanos. O selecionadorTae Young Shin abdicou depois da principal referência do ataque, para tentar compor o meio-campo, numa altura em que a superioridade dos suecos, em quase todos os capítulos, era mais do que evidente. Num lance rápido de Claesson, aos 65 minutos, Young-Gwon Kim chega atrasado e acaba por derrubar o avançado. O árbitro teve dúvidas, consultou o VAR e acabou mesmo por apontar para a marca dos onze metros, de onde Granqvist atirou a contar, com autoridade, para golo.

A Coreia ainda esboçou uma reação, sempre com passes longos, mas agora a equipa já não subia em bloco e os suecos controlavam a vantagem sem problemas. Uma tranquilidade que só foi abalada em tempo de compensação quando a Coreia do Sul, num último esforço, quase chegou ao empate, com uma cabeça de Hwang que não passou muito longe do poste.

Feitas as contas, vantagem justa para a Suécia que foi sempre melhor equipa ao longo do jogo e a conquista de três pontos que podem colocar ainda mais dificuldades à Alemanha, o próximo adversário que, como se sabem perdeu na estreia frente ao México.