A Audiência Nacional, tribunal nacional espanhol, anunciou que decidirá nesta quinta-feira se suspende a greve de futebol convocada pela Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE), que decidiu avançar com a paralisação a partir da 37ª e penúltima jornada da Liga Espanhola, dia 16 de maio, pondo em causa a realização das últimas duas jornadas da Liga e da Taça do Rei.
 
Depois de uma reunião em que os advogados da AFE e da Liga de Futebol Profissional (LFP) expuseram os seus argumentos, a Audiência Nacional dará a conhecer as suas conclusões na próxima quinta-feira.
 
Relativamente à reunião, o primeiro a apresentar argumentos foi o representante da Liga, que insistiu na ilegalidade da greve convocada, por não estar relacionada como questões laborais, e criticou a confusão que a AFE criou. «Pensamos que a greve é abusiva», disse o representante da Liga.
 
Em resposta, o advogado da AFE defendeu que a convocatória da greve cumpriu os requisitos legais. «O que a AFE faz é comunicar à Real Federação Espanhola de Futebol que irá haver uma greve e a Federação suspende os jogos», disse.
 
Por último, a AFE queixou-se de que a LFP estava a tentar tornar esta audiência uma medida de dissuasão, algo que o advogado da parte contrário negou, afirmando que a «greve é uma montagem».
 
Esta greve conta com o apoio da Real Federação Espanhola de Futebol e da AFE. O desejo é que o Governo espanhol retifique o “Real Decreto-Ley”, que permitirá a venda centralizada dos direitos televisivos dos jogos, tal como acontece na Premier League inglesa. O decreto despertou muita contestação por parte dos jogadores, que têm do seu lado os futebolistas dos grandes clubes, como Lionel Messi, Iker Casillas, Xavi ou Iniesta.