Do Brasil para a Rússia, mais de 14 mil quilómetros. Quatro anos de distância numa espera que cria expetativa aos adeptos de futebol. Pela maior competição de seleções no mundo.

Da final do Maracanã para Luzhniki, em Moscovo, um 14 de junho especial. Sobretudo para a história dos russos, anfitriões da edição 2018. Pela frente a Arábia Saudita, 12 anos depois de regresso à prova.

Cerimónia de abertura, hinos, festa, cumprimentos entre os dirigentes máximos do país. Entre jogadores. A bola rola ao apito inicial e a Rússia, em casa, pôs fim a uma seca de vitórias de oito meses.

A equipa de Stanislav Cherchesov chegou ao Mundial sem vencer nos últimos sete jogos particulares. Pôs a isso fim esta tarde. Pés, cabeça e mão cheia: 5-0 no primeiro jogo do Mundial 2018. Pareceu simples.

Os russos entraram melhor. Empolgados pelo grosso dos adeptos no Luzhniki. Apoiados num meio campo sólido com Gazinskiy a suster atrás, Zobnin no apoio e um criativo Golovin, figura do jogo, apesar do bis de Cheryshev.

Diferencial de qualidade entre as equipas notório na dificuldade dos sauditas em sair com bola sem pressão. Passes errados. Pouca consistência na posse de bola, apesar de maior na primeira parte (39-61).

Os russos foram mais pragmáticos e Golovin a atentar. O médio do CSKA Moscovo foi maestro da equipa: esteve em quatro dos cinco golos, marcou um, recuperou para outro e assistiu para dois. Do pé direito daqueles 21 anos saiu o cruzamento teleguiado para a cabeça de Gazinskiy e o primeiro golo do Mundial 2018. Bastaram 12 minutos.

Diferença feita na primeira ocasião. Acentuada pelo crescimento de uma Rússia que chegava à baliza de Al Maiouf sem acelerar muito.

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A lesão de Dzagoev, ao minuto 24 – na coxa esquerda, sozinho em corrida – foi mesmo a única nota negativa dos anfitriões.

Do outro lado, o mau passe entre os centrais sauditas na saída de bola, ao minuto 33, espelhava a falta de coesão da equipa de Pizzi. O 2-0 foi uma questão de tempo. Golovin apanhou a bola em transição rápida, deu a Zobnin e Cheryshev fez o resto.

O ex-Real Madrid, entrado para o lugar de Dzagoev, picou com classe perante dois contrários e bateu Al Maiouf. Ponto histórico: o primeiro suplente da história do mundiais a marcar em jogos de abertura. Haveria tempo para repetir a dose e Dzyuba entrar nessa lista.

Na segunda parte, controlo dos russos perante uma Arábia Saudita que não fez um remate à baliza de Akinfeev. Al Jassim esteve perto do desvio, mas não chegou (56m).

Depois de Cheryshev, o selecionador russo lucrou com nova substituição. Dzyuba estava há menos de dois minutos em campo e fez o 3-0 de cabeça, a cruzamento de… Golovin.

Cereja no topo do bolo russo na compensação e em dose dupla. Cheryshev bisou para o 4-0, num golaço de trivela e Golovin coroou uma exibição para mais tarde recordar de livre direto, antes do apito final.