A Inglaterra não foi além de um empate sem golos diante da Eslováquia, em Saint-Étienne, e, com este resultado, acaba por perder o primeiro lugar do Grupo B para o vizinho País de Gales que, nesta última ronda, bateu a Rússia (3-0). A equipa de Roy Hodgson, que promoveu uma autêntica revolução no onze, dominou praticamente todo o jogo diante de um adversário que preferiu ser terceiro com quatro pontos do que com apenas três.

Começamos pela revolução promovida por Roy Hodgson que, em relação à vitória sobre o País de Gales (2-1), mudou mais de meia equipa, nada menos que duas alterações por sector. Na defesa manteve os centrais, mas refrescou os laterais, fazendo descansar Danny Rose e Kyle Walker para lançar Clyne e Bertrand. No meio-campo, Eric Dier manteve-se como «pivot» da equipa, mas agora com Henderson e Wilshere como companhia, com o capitão Wayne Rooney e Dele Alli a ficarem no banco. No ataque manteve-se Lallana sobre a esquerda, mas entraram os marcadores dos golos da vitória sobre o País de Gales, Sturridge e Vardy, em detrimento de Sterling e Harry Kane.

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Jan Kozak, por seu lado, manteve a confiança no mesmo onze que tinha vencido a Rússia (2-1) na ronda anterior, com Hamzik, sobre a esquerda, a comandar o meio-campo, e um ataque que teve Duda como principal referência. Um jogo que começou com um ritmo lento, mas em crescendo, até porque os golos do País de Gales em Toulouse mudaram por completo o cenário deste grupo.

A Inglaterra procurou, desde cedo, assumir a iniciativa do jogo, diante de um adversário que atuou sempre mais na expetativa, espreitando o ataque, mas sem nunca perder o equilíbrio em termos defensivos. Logo a abrir, Clyne subiu pelo corredor direito e cruzou tenso patra o desvio de primeira de Vardy. Apesar das muitas mudanças, a Inglaterra mantinha a mesma estrutura, um 4x3x3, com os laterais a darem vidas às alas, sobretudo Clyne, com constantes subidas pelo flanco. Depois desta primeira ameaça, o avançado do Leicester voltou a estar perto do golo, na sequência de um espetacular passe de Smaling para as costas da defesa eslovaca, mas Kozacic, uma das figuras deste jogo, evitou o golo.

Sempre a subir de produção, a Inglaterra foi apertando o cerco e multiplicando as oportunidades, diante de uma Eslováquia cada vez mais recuada. Lallana, o melhor inglês na primeira parte, deixou as luvas de Kozacic a ferver e Henderson também teve uma oportunidade para abrir o marcador antes do intervalo. A verdade que a primeira parte terminou sem golos e em Toulouse o País de Gales já vencia por 2-0. Resultados que permitiam à equipa de Gareth Bale destacar-se no topo da classificação, remetendo a Inglaterra para o segundo lugar e a Eslováquia para o terceiro.

Talvez por isso, o ritmo de jogo subiu a olhos vistos logo a abrir a segunda parte, com a Eslováquia, logos nos minutos iniciais, a criar as suas melhores oportunidades do jogo. Primeiro num atraso mal medido de Smalling para Joe Hart que Mak, por muito pouco, não transformou em golo. A Inglaterra respondeu de imediato com um passe em profundidade de Sturridge a lançar Clyne que entrou na área e rematou cruzado para mais uma grande defesa de Kozacic. A Eslováquia ainda subiu mais uma vez para concluir um lance com um remate rasteiro de Weiss, mas logo a seguir começava novamente a recuar. Roy Hodgson levantava-se do banco e deixava claro que queria ganhar e, assim, recuperar o primeiro lugar do grupo. Diante de um adversário cada vez mais recuado, o selecionador inglês foi lançando para o jogo, sucessivamente, Wayne Rooney [alcançou Steve Gerrard com 114 internacionalizações e ficou a apenas um jogo de David Beckham], Delle Ali e Harry Kane.

Estatística: 30 remates ingleses contra apenas 4 eslovacos

Kozak respondia às intenções dos ingleses de forma inversa, prescindindo dos homens da frente para construir um novo «tampão», à frente da defesa, com Gyomber e Skriniar. A Inglaterra atacava agora por todos os lados, com Skrtel a liderar a defesa eslovaca com uma série de cortes cruciais nas alturas. A posse de bola dos ingleses disparava, tal como todos os indicadores, comos os pontapés de canto [10-0 para a Inglaterra].

Mak esteve a ser assistido e voltou ao jogo visivelmente limitado, numa altura em que já estavam esgotadas as substituições. Skrtel também acabou o jogo a coxear, mas a verdade é que os eslovacos conseguiram suster o ímpeto inglês até ao final e, desta forma, com quatro pontos, têm praticamente assegurado que seguem para os oitavos de final como um dos melhores terceiros desta fase de grupos.