Um dia depois do Japão ter acordado com um sismo que abalou Osaka, Osako marcou o golo da surpreendente vitória da seleção nipónica sobre a Colômbia de Quintero, James Rodríguez e Falcao. Um jogo que ficou marcado pela expulsão madrugadora de Carlos Sanchez e pela grande penalidade convertida por Kagawa. Os cafeteros ainda reagiram bem, reequilibraram o jogo e chegaram ao empate com um golo de Quintero, mas acusaram o desgaste na segunda parte e ficaram mesmo sem pontos. Uma vitória importante para o Japão num dos grupos mais equilibrados do Mundial, o único que não tem campeões do Mundo.

Confira a FICHA DO JOGO

A Colômbia entrou em campo com o portista Quintero a jogar nas costas de Falcao que se estreou em fases finais depois de ter falhado o Mundial do Brasil devido a lesão, mas James Rodríguez, que não recuperou de problemas físicos (fadiga muscular), ficou no banco. No entanto, a tática desenhada por Jose Pekerman, com Cuadrado e Izquierdo abertos nas alas, mal chegou a ser testada no relvado. Na sequência de um ataque rápido do Japão, remate de Osako, defesa de Ospina, recarga de Kagawa com selo de golo e corte de Carlos Sanchez com o braço direito. Silêncio nas bancadas do Arena de Mordovia em boa parte pintadas de amarelo. Cartão vermelho para o médio colombiano e grande penalidade convertida, com distinção, por Kagawa.

O jogo tinha acabado de começar e o Japão já estava a vencer contra uma Colômbia reduzida a dez. Numa primeira fase, Pekerman não mexeu na equipa e a solução passou recuar Quintero para tapar o «buraco» no meio, mas, aos poucos, os cafeteros foram-se adaptando à desvantagem e cresceram em campo. Cuadrado passou a jogar numa zona mais interior, deixando o flanco direito entregue a Santiago Arias, antigo jogador do Sporting, agora campeão da Holanda com o PSV Eindhoven. Davinson Sánchez, por seu lado, fazia as devidas compensações à direita, nomeadamente na marcação a Takashi Inui, um extremo muito rápido que ia procurando explorar o adiantamento de Arias.

Equilíbrio e Quintero!

A verdade é que a Colômbia, mesmo com menos uma unidade, ganhava o meio-campo diante de um Japão que, em vantagem no marcador, apresentava-se partido, com uma defesa consistente e um ataque à espera de transições rápidas, mas sem ninguém no meio para organizar jogo ou travar a reação dos sul-americanos. Pekerman encontrou definitivamente o equilíbrio quando prescindiu de Cuadrado para reforçar reforçar o miolo com Barrios.

Quintero, que já tinha estado em destaque com dois passes teleguiados a destacar Falcao na área [em ambos o avançado só chegou com a ponta da bota], descaiu sobre a direita e assumia praticamente todos os lances de bola parada. Num deles, na marcação de um livre, precisamente descaído para a direita, o jogador do FC Porto fez mesmo golo, surpreendendo toda a gente com um remate rasteiro, com a bola a passar por baixo da barreira e a surpreender Kawashima. O guarda-redes do Japão ainda tentou sacar a bola da sua baliza, mas as imagens deixam claro que esta ultrapassou mesmo a linha fatal. Estava feito o empate e a Colômbia estava a mostrar que, mesmo com dez, podia dar luta a este Japão.

Osako nas alturas

No entanto, a seleção nipónica voltou muito diferente para a segunda parte, procurando assumir de novo o controlo territorial, obrigando a Colômbia a um desgaste reforçado na procura da posse de bola. Os dois selecionadores davam, entretanto, sinais de que queriam vencer o jogo. Pekerman lançava sucessivamente James Rodríguez e Carlos Bacca, Nishino tam bém refrescava o ataque com Honda. O avançado do Pachuca entrou bem no jogo e foi ele que marcou o pontapé de canto que, aos 73 minutos, permitiu a Osako saltar mais alto do que Arias e fazer o golo que permitia ao Japão recuperar a vantagem.

A partir daqui, o Japão geriu a vantagem de forma confortável diante de uma Colômbia que já tinha dado tudo o que tinha. Os últimos dez minutos do jogo ficaram marcados por uma elevada posse de bola dos nipónicos que geriram a vantagem com tranquilidade com apenas mais um sobressalto, com James a rematar a passe de Lerma.

Uma vitória justa para o Japão que pode vir a revelar-se muito importante na corrida para os oitavos de final num grupo que conta ainda com a Polónia e o Senegal que vão ainda jogar nesta terça-feira.