Segunda-feira, 14 de Agosto, uma nova etapa que se inicia na carreira profissional de Hélder Postiga, quase um ano depois de ter sido votado ao ostracismo por Co Adriaanse. Curiosamente, neste seu regresso ao plantel principal, Postiga deixou de lado o número 41, que o baptizou e o acompanhou nos primeiros anos de sénior nos dragões, e optou por usar a camisola 23. Essa mesma, a que envergou durante o Mundial da Alemanha, onde foi a primeira opção para a substituição de Pedro Pauleta na posição de ponta-de-lança.
O número da camisola vale o que vale, mas não será alheio à confiança que o atleta tem dentro do núcleo da selecção nacional. Scolari gosta dele, confia nas suas capacidades e conta com a sua prestação na qualificação para o Europeu de 2008. A camisola 23 é assim um amuleto, um ritual que conviveu com bons resultados em representação das cores nacionais. Basta olhar para os números para perceber que Postiga nunca conseguiu marcar com tanta regularidade como nas presenças com a camisola de Portugal.
Um ex-tradutor ao lado de Rui Barros
Depois do abandono de Adriaanse, Rui Barros passou a orientar a equipa, como se sabe, mas outro nome ganhou papel de destaque. António Dias, até aqui recuperador físico, tem colaborado de perto com o ex-avançado do clube e poderá até fazer parte da próxima equipa técnica dos azuis e brancos. Curioso, no entanto, é constatar a forma como António Dias chegou ao clube.
Vivia-se o Verão de 2004 e ainda se festejava a conquista do título europeu em Gelsenkirchen, quando o italiano Luigi Del Neri foi apresentado como sucessor de Mourinho. Para a comunicação verbal com o plantel principal se fazer de forma fluida, foi contratado um tradutor de italiano/português que era, precisamente, António Dias. A aventura de Del Neri no reino do dragão durou, como se sabe, pouco mais de um mês, e o cargo do jovem António Dias esvaziou-se. No F.C. Porto, contudo, logo se descortinaram capacidades excelentes neste elemento, que transitou para o departamento médico, onde tinha até há pouco tempo a função de trabalhar com os atletas que recuperavam de lesões.
A língua italiana, no entanto, continua desenferrujada e ainda recentemente, no final do F.C. Porto-AS Roma, António Dias traduziu para português as palavras de Roberto Mancini e Christian Panucci.