Henrique Calisto, treinador do Paços de Ferreira, comentou o empate frente ao Marítimo (1-1) nos barreiros e falou sobre o seu futuro, que deverá passar pelo estrangeiro:

Sabe bem este empate no final da época? «Acho que foi um jogo muito agradável, tecnicamente evoluído, com duas equipas descontraídas. Uma partida pautada pelo fair-play, agradável de ver em alguns momentos, mas obviamente, um jogo de final de campeonato, onde o nível de intensidade não foi muito forte. Acho que o resultados e coaduna, pois perder na última jornada não é bom. Temos a nossa auto-estima e seria penalizante o Marítimo perder depois da época que fez.

Parabéns ao Marítimo e ao seu treinador, que fizeram um trabalho excelente. Parabéns aos meus jogadores, não só pelo que fizeram hoje, mas sim pelo trabalho desenvolvido que nos deixou numa posição tranquila. Hoje foi um prémio para ambas as equipas».

É o adeus ao Paços? «Posso dizer que vai ser difícil continuar. Não porque o Paços não o queira, mas há outros horizontes.

O Paços tem um rigor de gestão financeira muito dura e por isso é dos clubes que não deve dinheiro a ninguém. Tem o seu orçamento e eu tenho propostas maiores.

É com pena que saio, pois é um clube com que me identifico, que é sério tal como o Marítimo, que faz um trabalho de base tal como Marítimo. Tem pessoas que gostam muito do futebol. Há dirigentes que gostam e outros estão outros motivos. Nestas duas equipas, e eu conheço o presidente do Marítimo à muitos anos, são pessoas que gostam, de carácter e gente boa. É com mágoa que saio»

Sai para o estrangeiro? «Sim, em principio, saio»

Depois do que fez, não há espaço para si no futebol português? «Penso que a vinda de alguns treinadores com alguma experiência, casos do Ulisses, do Mota, eu, com estes campeonatos que foram de bom nível, poderá mudar-se a mentalidade do futebol português.

Digo muitas vezes, há ideia que os treinadores jovens são o paradigma perfeito do conhecimento. Eu digo que em caso de doença, prefiro um médico experiente a um médico novo, pois a experiência aporta conhecimento.

A vida é assim, eu teria mercado em Portugal, pois o Paços queria que eu continuasse. Mas acho que o nosso futebol tem de mudar muita coisa, nomeadamente, a filosofia de algumas pessoas, o rigor da gestão, o rigor da legislação, eu que vivi 11 anos lá fora, sei que a grande bandeira do nosso país é o futebol. Ninguém conhece Portugal no extremo oriente, sem ser pelo futebol. Muitas vezes isso, não é recompensado em termos nacionais, quando há polémicas sem sentido. Discute-se o acessório e não se vai ao fundamenta. De fora vê-se melhor o nosso país e tem que inverter o rumo. Temos um grande potencial e não o sabemos aproveitar. Não podemos ser colaborantes».

Vai voltar ao Oriente? « Ainda não sei. Tenho convites , um do extremo oriente, outro do médio oriente e outro é da Europa de leste. Vamos ver.»