2004 foi ano de Europeu, em Portugal, no qual brilhou aquele que, atualmente, é o melhor jogador do mundo em título: Cristiano Ronaldo. A foto que ilustra este artigo, o jovem Cristiano a festejar o golo à Holanda, é uma das imagens fortes que fica daqueles dias. Mas aquele Cristiano não deixou apenas as memórias. Foi inspiração para muitos, para alguns desde sempre. O número de bebés em Portugal batizados com o nome de Cristiano Ronaldo aumentou a partir desse ano. E alguns deles sonham seguir os passos do ídolo.
 
Maisfutebol foi contar e são onze os meninos registados com o nome da estrela merengue na Federação Portuguesa de Futebol, que aspiram a ter um futuro tão risonho como o do filho de Dolores Aveiro.
 
Aliás, o nome de Cristiano Ronaldo foi ideia da sua mãe, que era fã do político Ronald Reagan. O pai de CR7 ainda tentou os louros, mas o mérito foi mesmo da sua mãe, tal como o capitão da seleção nacional contou no passado.
 
Da mesma forma que o político norte-americano deu origem ao nome da estrela do futebol, o jogador está a «dar o nome» a vários bebés deste país, para além de ter escolhido também o nome para o seu filho.
 
A razão desta escolha resulta dos feitos do início de carreira do «merengue», já que os meninos que estão atualmente «federados», excetuando um, nasceram a partir desse ano do Campeonato da Europa.
 
 «O nosso filho nasceu em 2004, antes nós já gostavámos do Cristiano Ronaldo e depois do que ele fez nesse ano, demos-lhe o nome», conta Ricardo Carvalho, pai de um dos homónimos de CR7, que joga no Torreense.
 
Nesse ano do Euro nasceram cinco meninos a quem os pais deram o nome do então jovem talento português e que hoje são jogadores. Esse foi o ano que mais «Cristianos Ronaldos» gerou. De 2005 estão registados mais quatro e em 2006 já há um.

Mas o mais velho destes homónimos nasceu em 2003, o ano da primeira internacionalização do atual Bola de Ouro.
 
Estes meninos ainda nem estão inseridos no escalão de Iniciados (o mais velho tem 12 anos) e já imitam o número sete da seleção, com o objetivo de um dia serem eles a marcar golos no Bernabéu.
 
No Torreense joga um deles e o seu pai fala sobre a adoração que o seu filho tem pelo «craque»: «O Cristiano Ronaldo é mesmo o ídolo dele, nas chuteiras tem o nome como o Ronaldo tem, joga na mesma posição dele e também é o número sete», e termina, dizendo: «Até o penteado ele quer como o dele».
 
Este «menino», que nasceu a 24 de novembro de 2004, fez 11 anos nesta terça-feira, 24 de novembro, e é um dos onze que que enverga às costas, pelos campos deste país, o nome do craque. Começou na Geração Benfica, passou pela Formação Pedagógica Desportiva e Cultural de Torres Vedras e esta época representa o Torrense.

No distrito de Aveiro joga o Cristiano Ronaldo mais velho, entre os jovens. Foi o único dos onze que nasceu antes de 2004, mas a influência é a mesma.
 
«Sim, o nome foi em parte por causa dele. Eu não sou sportinguista mas gostava muito dele. Na altura ele ainda tinha 17 anos e já gostava do futebol e das atitudes dele e dei esse nome ao meu filho», diz Renny Ferreira, o pai de Cristiano Ronaldo Moreira Sousa.
 
Neste momento, «CR Sousa» é infantil do AD Vilamaiorense e esta temporada até passou a jogar a extremo, por «render mais» naquela posição. O ídolo é o jogador do Real Madrid, claro, mas o pai até nem «pisca» o olho a uma carreira no futebol. «Não penso muito nisso, não era o meu sonho. Toda gente sabe que é um desporto de oportunidades e que é muito difícil», salienta.

Um Cristiano Ronaldo que equipa à Barcelona
 
Nas costas o Cristiano Ronaldo Sousa não enverga o número sete, mas não se livra de comparações dos adversários quando veem o seu nome nas costas, conta o professor André Amorim, responsável pela escola de futebol onde o «miúdo» joga: «É engraçado ter um Cristiano Ronaldo na equipa porque nós temos as cores do Barcelona. Quando vamos jogar fora as pessoas comentam e até dizem que está a jogar com a camisola errada.»
 
O sucesso do futebolista inspirou muitos pais do nosso país, que  vibraram com os seus êxitos. A influência na Madeira é notória. São dois os jovens federados na ilha com o nome de Cristiano Ronaldo, mas nenhum joga no Andorinha. Um veste a camisola do Ribeira Brava e outro alinha pelo União Desportiva de Santana.
 
Os Açores não fogem ao fenómeno e têm, igualmente, dois jovens. Um ao serviço do Rabo de Peixe e outro no Grupo Desportivo Beira, de Angra do Heroísmo.
 
Os restantes sete estão no Continente, de Braga a Lisboa, sendo o distrito nortenho o mais representado. Três dos jovens estão inscritos na AF Braga (Águias de Alvelos, Prado e Ases de S.Jorge), dois na AF Aveiro (Alba e Vilamaiorense), um na AF Leiria (Academia Futebol Marinha Grande) e um na AF Lisboa (Torreense).
 
Todos estão numa etapa precoce do seu desenvolvimento futebolístico, mas o sonho, esse, será certamente o de seguir as pisadas do ídolo. Como diz Ricardo Carvalho, o pai do CR do Torreense: «Sim, ele quer ser jogador de futebol. Quer ser como o Cristiano Ronaldo».