A delicada situação da U. Leiria mereceu esta quinta-feira o comentário de Hugo Gomes, um dos capitães da equipa. O pré-aviso de greve ao jogo com o Feirense é para levar a sério segundo o experiente lateral-direito, até porque só há uma forma de evitar a paralisação. «O comunicado está feito. Vamos a jogo se pagarem os três meses», afirmou à Sports&Words, que assessoria o defesa da turma do Lis.

«Existe coesão no grupo. O ambiente é de expectativa e ansiedade em relação ao que vai acontecer. Não pretendíamos faltar ao jogo, mas esta tomada de posição surge devido ao acumular de situações. Os jogadores mantêm o seu profissionalismo e continuam a desejar lutar e ajudar o clube. As reuniões que temos mantido com as forças vivas da cidade surgem no sentido de tentarmos ajudar o clube com a pouca força que temos, mas grande vontade», garantiu.

Nesta altura, escasseiam motivos para perceber como foi possível chegar a uma situação assim. «A crise está instalada no país. Neste caso concreto, da U. Leiria, não sei exatamente o que terá levado a esta situação, mas o certo é que as dificuldades são maiores em todo o lado. Os apoios à SAD e ao clube são mais difíceis de manter ou de obter. Todos, em todos os setores em Portugal, têm medo de investir e isto torna-se uma bola de neve», observou.

Passou pelo mesmo na Reboleira

Os problemas não são de agora e, no caso concreto de Hugo Gomes, a experiencia vivida há quatro anos na Reboleira deu-lhe algum arcaboiço para lidar com a situação e, sobretudo, ajudar os colegas.

«É com muita tristeza que vejo situações como esta. É verdade que é a segunda vez que vivo algo assim. Por isso, e até por ser o mais velho no plantel, tenho alertado para o que se pode passar. Tento ter uma palavra amiga e um incentivo. Chegamos a comparar muitas vezes com o que se passou no E. Amadora.»

«Temos de acreditar que o futuro será melhor. Convém não esquecer que ainda antes de sermos profissionais somos seres humanos e ninguém merece passar por este tipo de situações complicadíssimas. É importante dar valor aos profissionais (dentro e fora do mundo do futebol) que passam por isto.»

Independentemente da crise do clube, os jogadores prometem manter a dignidade e profissionalismo se jogarem no domingo. Ainda há esperança na manutenção. «Claro que sim! Sabemos que está complicado e que já não temos margem de erro, mas enquanto existir essa possibilidade iremos lutar por esse objetivo, tal como temos feito até agora», asseverou.