Novo teste à resistência do Dragão. Semana após semana, os desafiadores vão medindo forças com a equipa de André Villas Boas e, invariavelmente, nenhum consegue deitá-la por terra, pelo menos ao nível do Campeonato. Será a Académica capaz de o conseguir este domingo, ainda por cima na cidade Invicta?

«Por que não? O Porto vai em primeiro, invicto, todas as equipas têm por objectivo ganhar, mas outras, como nós, num desafio como este, querem é pontuar. Não temos como prioridade ganhar ao Porto, nem pouco mais ou menos. O empate é, obviamente, um resultado positivo. Temos de nos apresentar bem, motivados, fazer o nosso jogo e no final veremos o que conseguimos», diz Hugo Morais, o jogador mais experiente do plantel dos estudantes.

Os portistas, para o jogador, fazem jus ao lugar que ocupam. «São líderes, uma equipa que comete poucos erros, está invicta e moralizada porque está no primeiro lugar e também na Liga Europa. O forte é o seu todo, o facto de jogarem como equipa, todos os sectores são nivelados. Há poucos pontos fracos na equipa do F.C. Porto», assegura, desvalorizando a questão do calendário sobrecarregado do adversário.

Se trazer três pontos do Dragão não é a meta da Briosa, é legitimo questionar se a equipa já estará a pensar no jogo seguinte, com o V. Guimarães, na segunda-mão das meias-finais da Taça de Portugal. Afinal, trata-se do jogo do ano em Coimbra. «Penso que não. Porque, neste momento, o nosso objectivo é conseguir um bom resultado no Dragão. A Taça é para a semana. Não pensamos nisso», defende o médio.

Ulisses fá-los sentir-se fortes

A Académica tornou-se invencível desde que Ulisses Morais assumiu o comando da equipa (cinco pontos em três jogos) e as diferenças são evidentes. Diplomata, Hugo Morais assume, todavia, os reflexos positivos da mudança: «Sem dúvida que, não falando no passado, o mister Ulisses trouxe uma dose de motivação e confiança para que equipa se sinta como se fosse muito forte e a pensar que tem capacidades para ganhar a qualquer adversário. E esse estado é meio caminho andado para o sucesso.»

Equipa-sensação com Jorge Costa, que conseguiu, por exemplo, ganhar na Luz e «passear-se» pela vice-liderança da Liga, a Briosa caiu numa espiral de maus resultados pouco antes do final da primeira volta. Agora, a principal preocupação é assegurar o quanto antes os pontos necessários à permanência.

«Acho que é natural, todas equipas têm fases boas e menos boas. Os jogadores têm que estar preparados para isso. Já estive um ano sempre lá em cima e, depois, na segunda volta, não fomos tão regulares [Leixões]. É essa a diferença para quem luta pelo título, são mais regulares. Não pensamos muito nisso. Estamos a lutar com tranquilidade pela manutenção mas sabendo que temos capacidade para fazer mais, porque temos muita qualidade.»

A semana de preparação da viagem ao Dragão chegou esta quinta-feira à altura em que os treinos do plantel se fecham aos olhares dos jornalistas mas o boletim clínico regista menos dois «clientes»: Luiz Nunes e Sissoko já treinaram em pleno com os companheiros.