A Liga portuguesa anunciou um «acordo histórico» entre o organismo, o Belenenses e o Gil Vicente, mas a recolocação dos minhotos na Liga, agendada para 2019, não agradou a todos. António Fiúsa, presidente honorário, continua a ser uma voz atenta e crítica.

«É óbvio que não fiquei satisfeito, porque o Gil Vicente vai subir na época 2019/20. O ano passado disseram-nos que seria em 2018/19 e agora é mais um ano? Por esse andar - e com esta Liga e presidente (Pedro Proença), que é marioneta de Joaquim Oliveira e outros -, tenho receio e medo de que o Gil Vicente só suba lá para 2030», disse à Lusa o antigo dirigente.

Fiúsa tem motivos, garante, para estar zangado e desconfiado.

«Este acordo foi feito com esta rapidez, porque em 7 de dezembro saiu a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa a condenar o Belenenses: os presidentes da Liga e do Belenenses, que esconderam o facto e quiserem ficar bem na fotografia, apresentaram um acordo e o do Gil Vicente, coitado, que quer o clube na I Liga o mais rápido possível, aceitou-o.»

O antigo presidente até apoia o acordo, mas nunca um que adie mais uma temporada a reintegração gilista.

«Devia ser já na próxima época, que era o que já estava decidido. Discordo que seja só daqui a época e meia. Com estes dirigentes, não me espanta que marquem mais uma assembleia-geral e voltem a adiar».

Além do aspeto desportivo, António Fiúsa sublinha a necessidade e a justiça de se ressarcir financeiramente o Gil. «Se for o tribunal a decidir, em dois ou três anos, pode chegar aos 20 milhões. Foram muitos anos a prejudicar um clube com todas as condições para andar nas competições europeias.»