Joaquim Evangelista criticou, esta sexta-feira, a situação vivida no Beira-Mar, remetendo uma tomada de posição relativa aos salários em atraso para uma conferência de imprensa a realizar no próximo domingo, imediatamente antes do jogo dos aveirenses com o Benfica B em partida referente à 36.ª jornada da II Liga.

«Estamos a falar de terceiro-mundismo numa Liga nacional, do pior que está a acontecer no futebol português», disse o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol à saída de uma reunião com o plantel aurinegro.

Joaquim Evangelista confirmou a existência de «casos dramáticos», com jogadores «a passar mal, muitos deles, que não têm dinheiro para tomar o pequeno-almoço ou que não têm dinheiro para se deslocar».

«É uma situação inaceitável e inqualificável para uma Liga profissional. É um clube completamente abandonado, sem rei nem roque, com um presidente [Omar Scafuro, líder da SAD] que não dá a cara», completou, antes de elogiar o papel do treinador e dos jogadores ao longo de todo o processo.

«O grupo de trabalho é unido e tem um treinador solidário [Paulo Alves], porque senão acho que já nem havia clube», considerou, garantindo que o seu próximo passo será informar a Liga Portuguesa de Futebol Profissional e a Federação Portuguesa de Futebol sobre a situação.

«Os responsáveis do futebol português, o próprio governo e as instituições desportivas que têm conhecimento desta situação não podem ficar indiferentes e têm de obrigar quem de direito a agir», sublinhou.

Após três dias consecutivos sem subir ao relvado, o plantel do Beira-Mar regressou esta sexta-feira aos treinos, notando-se a ausência do guarda-redes Márcio que pode seguir as pisadas de Billal e avançar para a rescisão de contrato.

Fonte citada pela agência Lusa garante que, apesar dos dados avançados por Joaquim Evangelista, a realização da partida com os encarnados não deve estar em causa.