Mais de duas décadas, 13 clubes e cinco países depois, chegou a hora de Silas pendurar as chuteiras.

O jogador, que chegou a ser internacional português diz adeus aos relvados aos 40 anos, depois de uma época ao serviço do Cova da Piedade na II Liga.

«Tomei a decisão de terminar uma carreira de 22 anos como jogador profissional ao longo desta temporada. Custou-me imenso tomar esta decisão, porque o futebol é mais do que uma profissão. É uma paixão», referiu Silas numa conferência de imprensa realizada na sede do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), em Lisboa.

«Depois disto, só me resta agradecer a todos: aos meus companheiros, à minha família, à minha mulher, aos meus filhos, ao empresário Jorge Gama, aos meus treinadores e, em especial, ao meu pai», acrescentou o antigo camisola dez do Cova da Piedade de voz embargada e lágrimas nos olhos.

Com o final da carreira de futebolista, Silas vai dar início a outra, de treinador, que já está a ser preparada. «Tenho o curso de segundo nível e vou frequentar o curso de terceiro nível. Mas quero ser um treinador à minha imagem», prosseguiu ainda o ex-jogador, um médio ofensivo, que deixou uma palavra especial para Pedro Gomes, seu antigo técnico no Atlético.

«Na altura, eu estudava e treinava e o senhor Pedro Gomes esperava por mim para eu poder treinar sozinho. Nunca me esquecerei disso», recordou.

Em Portugal, Silas representou na I Liga o Belenenses, o Marítimo e a União de Leiria, nunca tendo vestido a camisola de um dos chamados três «grandes» do futebol nacional, embora tenha frisado que esse facto não esteve assim tão longe de se concretizar. «Não ter jogado num grande acaba, para mim, por ser secundário. Tive oportunidades para isso. O mais importante é que sinto que serei futebolista para toda a vida», sublinhou.

Apesar de já ter 40 anos, Silas considerou que podia prolongar ainda mais a carreira e deixou no ar a ideia de que o ponto final se deveu a outras questões. «A decisão foi tomada ao longo desta temporada. Ainda tinha condições físicas para continuar a jogar, mas não me identificava com as pessoas com quem trabalhei ultimamente», concluiu.