José Mota iniciou esta terça-feira funções como treinador do Desportivo das Aves, da II Liga portuguesa de futebol, e disse que a equipa necessita de «adquirir rapidamente a confiança para regressar às vitórias».

«Percebo que é um projeto ambicioso desde a primeira hora e com um trajeto interessante. Teremos sempre que lembrar o trabalho feito pelo Ivo Vieira, que foi importante», salientou José Mota, que disse que foi convidado pelos presidentes da SAD, Luiz Andrade, e do clube, Armando Silva, e que se sentiu «lisonjeado».

O técnico foi o eleito para substituir Ivo Vieira, que deixou o conjunto da Vila das Aves após o empate caseiro (1-1) com o Gil Vicente, na 27.ª jornada, no que foi, então, o quarto jogo consecutivo da equipa sem vencer.

Na jornada seguinte, o Desportivo das Aves, com o interino Daniel Castro no banco, jogou fora com o Académico de Viseu e perdeu por 1-0, mantendo, porém, a segundo posição, a oito pontos do líder Portimonense e com mais nove do que o grupo de terceiros, que inclui Académica e Varzim.

O treinador prometeu «dar o máximo» para que seja alcançado o grande objetivo para a presente época, que passa pela subida à I Liga.

«Estamos bem posicionados para podermos conseguir esse mesmo objetivo. Os últimos resultados não são aquilo que o clube esperaria, mas queremos dar a volta a esta situação», referiu.

José Mota considera que o Desportivo das Aves possui «um bom plantel, com bons jogadores», e frisou que já trabalhou com alguns deles e que conhece outros «muitíssimo bem».

«Vi esta equipa jogar e sei perfeitamente o que temos de fazer para que a confiança regresse rapidamente a este grupo de trabalho», reforçou. «A confiança adquire-se com trabalho semanal, mas, fundamentalmente, com vitórias», frisou.

O técnico insistiu que «os jogadores perderam a confiança e as derrotas magoam», mas destacou também que o Aves tem «um grupo responsável e que quer voltar às vitórias».

José Mota afirmou que não tenciona fazer mudanças radicais e repetiu que Ivo Vieira fez um «trabalho válido». «O Desportivo das Aves está numa posição que dignifica o clube. Ninguém no seu juízo perfeito chega cá e altera por alterar. Conheço bem este plantel. Fazer alterações drásticas não será lógico», sustentou.

Em circunstâncias como esta, José Mota considerou que «muitas vezes, é necessário, fundamentalmente, mexer com o subconsciente dos jogadores para alterar a sua forma de atuar».

Para superar a crise de confiança que se vive, o técnico conta com os jogadores, «muitos deles já com grande experiência no futebol português». «Têm de perceber que não podem tremer em situações menos boas, como é o caso», disse.

José Mota considerou ainda que todas as equipas têm ciclos negativos. «Não tinha acontecido ainda ao Aves, mas a qualquer momento poderia suceder», afirmou, explicando que tal acontece «quando se começa a entrar na fase decisiva em termos classificativos».

O presidente da SAD do Aves desejou «boa sorte» a José Mota e elogiou Ivo Vieira, mas disse que o grupo pode ter entrado em «euforia antes da hora».

«Achámos que não podemos arriscar e que nesta fase final precisávamos de alguém com mais experiência», explicou o presidente da SAD avense.