Hugo Almeida apareceu em boa hora para resgatar um ponto precioso para a Académica, que continua no entanto à procura da primeira vitória na II Liga. O Benfica B apresentou-se no Estádio Cidade de Coimbra com a lição bem estudada, principalmente no primeiro tempo, e não fosse a persistência do experiente avançado português, que somou muitos remates à procura do golo, podia ter saído daqui com os três pontos e fazer o pleno: quatro vitórias em outros tantos jogos.

Foi um Benfica à procurar da quarta vitória seguida aquele que se apresentou neste sábado no Estádio Cidade de Coimbra. Na cidade dos estudantes, os jovens encarnados apresentaram-se diante da Académica com a lição bem estudada, mas acabaram por empatar e não alcançaram a liderança isolada da Segunda Liga.

A jogar em casa, a Briosa desde cedo mostrou incapacidade para gerir o jogo da melhor maneira, mas ainda foi a tempo de salvar a pele. O aviso dos adeptos dos estudantes, que mostraram uma tarja de descontentamento antes do início da partida, terá contribuído para isso e a verdade é que a bola pareceu sempre queimar nos pés dos comandados de Carlos Pinto.

O Benfica B, por seu lado – e como tem demonstrado neste início de temporada – demonstrou grande maturidade com a bola nos pés, principalmente no primeiro tempo, como já foi referido, e não se permitiu a grandes calafrios. No entanto, Hugo Almeida traduziu em golos a boa resposta dos estudantes e impediu que a senda perfeita dos jovens encarnados continuasse. 

A Académica, como já foi referido, entrou sob brasas na partida, pressionado pelos maus resultados, e cedo viu a vida complicar-se, depois de Willock ter dado vantagem ao emblema da Luz logo aos nove minutos. Keaton Parks aproveitou o buraco deixado pelo meio-campo estudantil, viu bem a desmarcação do extremo inglês, que na cara de Peçanha não perdoou e atirou a contar.

O tento sofrido tão cedo abalou as hostes da turma de Coimbra, que até ao final da primeira parte não conseguiu ir em busca do empate e pareceu sempre um tanto quanto desligada. Com pouco jogo interior, a equipa refugiou-se muito no jogo exterior, em busca dos cruzamentos à procura de Hugo Almeida, mas a estratégia não estava a resultar. Do outro lado, João Real e companhia viam-se em dificuldades para controlar os criativos benfiquistas. Jota, a estrela da companhia, ainda enviou uma bola a barra, num grande remate de livre direto. Esteve perto o 2-0, mas não aconteceu.

Na 2.ª parte, Carlos Pinto lançou os baixinhos Ki e Marinho e a Briosa melhorou. Logo no início, Almeida teve nos pés a melhor oportunidade nos pés, mas na cara de Zlobin, permitiu a defesa do guardião adversário. O Benfica B também voltou dos balneários mais intranquilo e com menos critério na altura de definir, e permitiu que os homens da casa continuassem a acreditar no resultado.

Hugo Almeida tentou uma, duas, três, quatro vezes, até se perder a conta, e foi recompensado já à beira do fim. Cruzamento de Marinho em balão e o internacional português a marcar à boca da baliza... de peito, e a resgatar um ponto precioso para a Briosa.

Para a Académica, vale mais o resultado pela exibição. Os comandados de Carlos Pinto continuam sem vencer e isso reflete-se no coletivo e no individual. A bola queima, e não fosse Hugo Almeida a dar – literalmente – o peito às balas e o resultado podia ter sido diferente.

Do lado encarnado, o conjunto orientado por Bruno Lage continua invicto no campeonato, mas perdeu os primeiros pontos. Fica a certeza no entanto que há muito talento para ser trabalhado e que a identidade da equipa já vai sendo uma certeza.