Os jogadores do Olhanense decidiram avançar, com o apoio do Sindicato de Jogadores, para um pré-aviso de rescisão coletivo e, em simultâneo, para um pré-aviso de greve ao jogo com o Sporting B, marcado para 8 de fevereiro. O clube algarvio tem agora três dias para regularizar os salários em atraso sob pena de ficar sem plantel para continuar a competir na II Liga.

Um processo liderado por Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores. «Exigimos na semana passada que fossem pagos dois meses de salários em atraso, o que não sucedeu. Tive oportunidade de reunir com a administração, antes desta reunião com os jogadores, e tive vários contactos com a Liga e a mesma administração na última semana e foi-me dito que está em curso um plano de reestruturação para o Olhanense, mas medidas concretas para resolver esta situação não foram propostas», começou por explicar o representante dos jogadores.

Neste sentido, os jogadores vão mesmo avançar para um pré-aviso de rescisão. «Decidiu o plantel que está nestas circunstâncias com graves problemas que afetam as suas famílias. Ou seja, o clube tem até dia 3 [terça-feira] para o fazer. Caso isso não aconteça, os jogadores ficam com a possibilidade de, coletiva ou individualmente, pôr termo ao seu contrato de trabalho», explicou Joaquim Evangelista.

Além a ameaça de rescisão, os jogadores vão ainda fazer um pré-aviso de greve ao próximo jogo. «Do ponto de vista legal, dando um prazo de cinco dias úteis, será o encontro entre Sporting B e Olhanense, da 26.ª ronda da II Liga, marcada para 8 de fevereiro», acrescentou o dirigente sindical.

Uma posição de força que já levou um dos administradores do clube algarvio, o diretor financeiro, Alessandro Sbraccia, a anunciar que o dinheiro vai chegar num prazo de 48 horas.

Joaquim Evangelista considera que os máximos responsáveis por esta situação são mesmo os dirigentes do Olhanense. «É verdade que está a ser feito um esforço, mas isso, passados todos estes meses, não se traduziu concretamente em nenhum benefício para os jogadores. Foi este plantel que deu a cara pelo clube e tem feito um esforço para o dignificar. O mínimo que exigem é que sejam cumpridas as obrigações básicas, nomeadamente o cumprimento do salário», referiu.

O líder sindical pede também maior rigor das instâncias reguladoras, para que se evitem situações destas. «Pedir à Liga de Clubes, de uma vez por todas, que esteja atenta ao controlo financeiro. Esteja atenta àquilo que se passa no futebol português, sobretudo ao lado humano destes jogadores, e que seja feito um esforço para minimizar este problema. E à própria federação, enquanto órgão máximo do futebol português, pedir esforço acrescido para que não permita que situações destas continuem a envergonhar o futebol português», destacou ainda Joaquim Evangelista.