Augusto Inácio deixou o Ionikos. O treinador acertou a saída do clube grego apenas dois meses depois de chegar, e numa altura em que a despromoção do Ionikos, último classificado no campeonato, é inevitável.
«O Ionikos já não tem objectivos, para cumprir calendário não valia a pena», explicou Inácio ao Maisfutebol, garantindo que a saída foi iniciativa sua. «Tive uma conversa com o presidente, disse-lhe que o clube tinha de se preparar para atacar a subida de divisão.» O técnico, que deixou o Beira Mar em Novembro e assinou por ano e meio com o Ionikos, assume que não queria continuar num escalão inferior: «O Ionikos vai descer de divisão, não me interessa trabalhar na II Divisão grega.»
Na hora de analisar a sua passagem pelo clube, Inácio fala na «qualidade fraca» do plantel e lembra também os pontos perdidos pelo Ionikos na secretaria, por causa de um processo relativo a uma agressão do presidente a um árbitro.
«A equipa estava desequilibrada em termos de plantel, só tinha dois avançados, não tinha extremos. Agora perdemos quatro pontos, já tínhamos perdido mais dois, o que nos tirou todas as possibilidades que tínhamos de permanecer na Superliga. Não se podia fazer muito mais», analisa.
Quanto ao seu futuro, Inácio diz que está livre, revela que teve convites para voltar a Portugal antes do Natal e até admite ficar na Grécia. «Tive dois convites para sair antes do Natal, mas o presidente entendeu que eu não devia sair. Assim que se soube, já houve um empresário que me ligou na perspectiva de poder continuar na Grécia. Foi apenas uma conversa, não existe nenhuma proposta concreta, mas deixa-me satisfeito», relata.
«Admito todas as possibilidades. Volto já na quarta-feira a Portugal. Já houve este contacto da Grécia, tive duas propostas de Portugal antes do Natal, como pode haver outras», prossegue.
Apesar dos maus resultados, Inácio faz um balanço positivo da passagem pela Grécia: «Fui sempre muito bem tratado, nunca me deixaram faltar nada. Adaptei-me facilmente, foi uma experiência enriquecedora. Deu para ver como é o campeonato grego, acho que os treinadores portugueses podem desenvolver um trabalho bastante positivo. Os meus métodos de trabalho foram do agrado do clube e da imprensa. O presidente na conversa que tivemos disse-me que fui o melhor treinador que passou pelo Ionikos, que teve muita honra, o que me deixa orgulhoso.»