O caso Sven-Goran Eriksson está a embaraçar a Federação Inglesa (FA), admitem responsáveis do organismo, que defendem a realização de uma reunião urgente para discutir o futuro do seleccionador. Em causa está o relacionamento que o treinador sueco manteve com uma secretária da FA e que foi tornado público e assumido.
«Ficámos com imagem de patetas. Não está certo. Há muitas perguntas para responder e esperamos que sejam respondidas esta semana», defendeu Dave Henson, membro do comité executivo da FA, que tinha uma reunião agendada para 26 de Agosto, a qual poderá ser antecipada face a esta situação.
O «affaire» de Eriksson foi revelado pelos tablóides britânicos e confirmado pela FA, com o dado embaraçoso adicional de ter sido igualmente tornado público que a secretária teve também um envolvimento com Mark Palios, director-executivo da Federação.
As críticas a Eriksson têm surgido de vários pontos. «Ele devia estabelecer o padrão e ser um exemplo para todos mas não é», defendeu o antigo internacional George Cohen, citado pela BBC online.
A contestação estende-se ao comportamento da Inglaterra em campo, nomeadamente no jogo com Portugal dos quartos-de-final do Euro 2004, que a selecção nacional venceu nos penalties. Trevor Brooking, director de futebol da FA encarregue de elaborar um relatório sobre o Europeu, mostrou-se bastante crítico sobre a atitude da equipa: «Frente a Portugal marcámos cedo e não nos teremos encolhido demasiado? Não passámos bem a bola nem a mantivemos na nossa posse e quando se está em vantagem isso é importante.»
Eriksson prolongou recentemente o contrato com a Inglaterra até 2008, mas há muita especulação em torno do seu futuro, nota a BBC, avançando com a teoria de que se ficar provado que Eriksson enganou deliberadamente os seus patrões pode despedir o treinador sem ter de indemnizá-lo. O técnico encontra-se entretanto de férias.