O Leeds United está debaixo de fogo por causa da digressão a Myanmar anunciada para o próximo mês. O clube da Championship foi criticado pelo governo inglês e pela Amnistia Internacional, lembrado as violações de direitos humanos país.

Rosena Allin-Khan, ministra-sombra do desporto, diz que o anúncio da digressão lhe causou «raiva e desânimo», considerando que «legitima a decisão do governo de Myanmar de ignorar os esforços diplomáticos».

«É moralmente corrupto para um clube de futebol participar numa digressão para promover um país que realiza assassinatos em massa patrocinados pelo Estado».

Também a Amnistia Internacional já se pronunciou. «É uma escolha estranha de país para fazer uma digressão. No último ano, a situação dos direitos humanos em Mayanmar deteriorou-se dramaticamente. Centenas de milhares de muçulmanos Rohingya fugiram para o Bangladesh para evitar crimes contra a humanidade e os que ficaram continuam a viver num sistema de apartheid», disse Kate Allen, diretora da Amnistia Internacional o Reino Unido.

«As autoridades de Myanmar continuam a brutal repressão apesar do protesto global. E demasiadas vezes, os eventos desportivos têm sido usados como uma ferramenta barata de relações públicas», frisou, dizendo que, caso o clube faça mesmo a digressão, «deveria usar a atenção para pedir o fim da repressão».

O diretor do clube, Angus Kinnear, diz que o Leeds está «feliz» por apoiar as ambições de Mianmar para o futebol.

«Esta digressão dá-nos a oportunidade de conhecer novos adeptos, que esperamos apoiar nossa jornada de volta à Premier League nos próximos anos».

O clube disse ainda que está em contacto com os Negócios Estrangeiros ingleses para evitar as áreas de conflito na região, lembrando que espera ter vantagens comerciais da digressão.