Depois de Federação Inglesa (FA) ter anunciado que não vai tomar quaisquer medidas contra José Mourinho, devido a um alegado caso de comentários discriminatórias em relação a Eva Carneiro, a antiga médica do Chelsea afirma que não foi ouvida pela entidade.
 
«Fiquei surpreendida por saber pela imprensa que a FA esteve, alegadamente, a investigar o incidente de 8 de agosto. Não fui, em momento algum, chamada pela FA para falar sobre o que se passou», disse a médica, em comunicado.
 
«Esta parece ser a única investigação que acontece neste país em que a versão de um dos envolvidos não é considerada relevando. Escolher ignorar parte da prova vai certamente afetar as conclusões», disse ainda.

Recorde-se que tudo aconteceu quando Eva Carneiro entrou em campo para assistir Hazard, nos minutos finais do jogo com o Swansea, o que muito irritou José Mourinho: o treinador acusou a médica de não ter sensibilidade futebolística, acrescentando que era óbvio que Hazard não necessitava de assistência clínica.

Foi então divulgado que Mourinho utilizou uma linguagem discriminatória para com Eva Carneiro, no regresso desta ao banco de suplentes, quando os dois se cruzaram junto à linha lateral.

A Federação Inglesa considerou no entanto que não há qualquer prova dessa linguagem discriminatória, pelo que absolveu Mourinho.

Eva Carneiro, recorde-se, foi de imediato afastada do departamento médico da equipa principal, tendo pouco depois disso rescindido contrato com o Chelsea.
 
«Na época passada tive uma experiência semelhante num jogo com o West Ham, em que fui sujeita a abusos verbais. Depois de queixas do público, a FA emitiu um comunicado a dizer que não tinha havido cânticos sexistas durante o jogo. Nunca falaram comigo, apesar de ser audivel o abuso verbal, sexualmente explícito, vil, e inaceitável», continua o documento.
 
«São incidentes como estes e a falta de apoio das autoridades que fazem com que as coisas sejam tão difíceis para as mulheres no futebol.