Depois do anúncio de Jürgen Klopp, a confirmação oficial. Steven Gerrard vai mesmo orientar a equipa sub-18 do Liverpool na próxima temporada.

A nomeação foi feita por Alex Inglethorpe, diretor da academia «red», em conjunto com o técnico germânico. Ambos estiveram diretamente envolvidos no regresso do antigo capitão aos quadros do Liverpool. «Jürgen tem sido a chave por trás disto tudo», reconhece o técnico de 36 anos que regressou em janeiro a Anfield, para trabalhar com as camadas jovens.

Sem ter de tomar decisões muito significativas, Gerrard trabalhou na sombra com jovens. Agora vai dar o passo em frente, tendo como adjuntos Tom Culshaw, atual treinador dos sub-13, e Jordan Milsom, preparador físico.

«Falei com o Jürgen e concordamos, depois de algumas discussões, que os sub-18 são a faixa etária certa. É um lugar onde podes cometer um monte de erros, crescer e aprender, e ainda te dá algum destaque», refere em entrevista ao jornal britânico «The Guardian». Gerrard indica mesmo que «não está pronto» para assumir trabalhos de maior envergadura, numa alusão ao convite que rejeitou do MK Dons no final do ano passado.

Sobre o estilo de jogo, o antigo capitão dos «reds» ficou espantado com o menor enfoque que a academia tem dado à vertente física face ao passado. «Trabalhamos 50-50. Tens de preparar os jovens para um nível superior, mais físico e exigente. Não se trata apenas de fazer tackles. Trata-se de tentar prepará-los para os últimos cinco ou dez minutos dos jogos, quando as pernas e o coração já não dão para mais. Têm que ser mentalmente fortes. Eu odeio ver futebolistas e futebol quando não há nenhum lado físico», admite.

«Muitas crianças pensam que têm de fazer dez piruetas ou serem o próximo Cruijff para se destacarem. Há um monte de jogadores habilidosos que os jovens jogadores tentam emular. Todos nós amamos um pouco de habilidade e talento, mas o outro lado do jogo é importante. Nem todos vão jogar na primeira equipa do Liverpool, mas sinto que posso ajudar as suas carreiras se ajudá-los a competir no outro lado do jogo», argumenta Steven Gerrard, que espera completar a sua licença UEFA A até ao final desta temporada.

Por fim, a lenda do Liverpool reconhece que o clube proporciona boas condições para o crescimento do talento jovem. «Eu gosto de jogadores de rua. Acho que todos os melhores jogadores vêm de lá. Na nossa academia, as crianças entram num lugar inacreditável para trabalhar. Entram numa zona de conforto para trabalhar. Por isso existe um grande choque quando têm de sair», constata.

O percurso de Gerrard nos relvados é inegável. Mas o ex-capitão dos «reds» considera que tem de ser avaliado pelo desenvolvimento dos jogadores, em detrimento do imediatismo dos resultados. «Nada disso me preocupa ou assusta. Só tenho é de ser acessível. Os melhores treinadores com quem trabalhei foram todos acessíveis, honestos e justos. Sempre me disseram se o feedback era positivo ou negativo», reconhece.