José Mourinho considera que o mercado futebolístico está inflacionado e dá o exemplo de Portugal para justificar essa teoria de um «mundo à parte» no futebol.
 
«Tenho de olhar apenas para o que está a acontecer no meu país. No geral, é um país com muitos problemas. Sociais, políticos, económicos. É um país com problemas, as pessoas estão a sofrer, houve muitos cortes, os idosos têm problemas com as suas reformas, os impostos são altos, há problemas de salários, emprego, tudo», ilustrou, em conferência de imprensa dada em Montreal, onde se encontra o Chelsea.
 
Depois comparou com o que está a acontecer neste defeso: «O FC Porto pagou 20 milhões de euros pelo Imbula e deu um salário incrível ao Casillas. O Sporting está a pagar milhões a treinadores e jogadores. O futebol contraria qualquer situação.»
 
«Este ano estamos a dizer: vejam o dinheiro que pagaram pelo Sterling. Mas vai ser pior para o ano. Alguém vai chegar aos 60 milhões de libras», vaticinou.
 
Para Mourinho, a decisão da UEFA de «suavizar» o fair-play financeiro fez os clubes olharem menos aos gastos.
 
«O futebol é assim. Numa época fala-se do fair-play na outra fala-se de formas de o contornar. Não me chateia. Estou feliz com a forma como estamos a trabalhar e com o desafio de contrariar este poder. Disse aos meus jogadores que nós somos os mesmos e os outros não. Não posso impedir que outros assaltem um banco e gastem milhões e milhões. Não posso impedir que os outros tenham a sensação de estar a jogar contra os campeões. Os outros estão a gastar, estão a comprar muito para tentarem fazer melhor que nós, mas nós somos os mesmos. Vamos trocar um guarda-redes por outro e um avançado por outro», rematou.