José Mourinho já estava numa situação muito complicada, com cinco derrotas do Chelsea nas primeiras dez rondas da Premier League, mas esta noite o pesadelo ganhou uma nova dimensão no Estádio Britannia, com mais uma derrota, no desempate por grandes penalidades (4-5), diante do Stoke City, que atira com a equipa de Stamford Bridge para fora da Taça da Liga inglesa. A equipa de Mark Hughes marcou primeiro, no início da segunda parte, já depois do Chelsea ter perdido Diego Costa por lesão, mas os Blues nunca baixaram os braços e empataram sobre o minuto noventa. Depois de mais trinta minutos sem golos, com o Stoke reduzido a dez, os Blues caíram no desempate por penalties, com Hazard a falhar o último pontapé da primeira série.
 
O treinador português, que tem estado em silêncio desde a derrota diante do West Ham, no passado sábado, não arriscou nada e apostou no seu melhor onze, mas a verdade é que os campeões ingleses voltaram a realizar uma exibição desgarrada, muito perdulários no ataque e com erros grosseiros na defesa.

Confira a FICHA DO JOGO
 
O jogo começou com chuva miudinha e uma manifestação dos adeptos do Chelsea a favor de Mourinho, com o habitual cântico de apoio ao treinador português. Os Blues até entraram bem, com Diego Costa e Willian a criar as primeiras oportunidades, mas Butland, guarda-redes do Stoke, foi brilhando entre os postes. Por volta dos vinte minutos, a primeira contrariedade para Mourinho. Diego Costa estava queixoso, com dores na zona das costelas. O internacional espanhol recebeu assistência e ainda fez um esforço para continuar em campo, mas teve mesmo de ceder o lugar a Rémy.


 Pelo meio, Ramires falhou um golo de forma incrível, atirando às malhas laterais quando tinha a baliza à sua mercê. Os adeptos do Chelsea ainda festejaram um golo, quando Terry cabeceou na sequência de um cruzamento de Willlian, mas o central estava em clara posição irregular e não valeu. A última palavra do primeiro tempo foi, no entanto, do Stoke, com Diouf a servir Jonathan Walters em zona de finalização, mas Begovic estava atento. Foi apenas um sinal do que estava para vir no início do segundo tempo.
 
Golaço de Walters
 
Ainda decorriam os primeiros minutos do segundo tempo quando Walters voltou a deixar a sua marca no jogo, mais precisamente no marcador, com um golo de belo efeito. O avançado recebeu uma bola à entrada da área de costas para a baliza, colocou-lhe o pé por baixo e, em rotação, atirou uma bomba indefensável para Begovic, com a bola a entrar, em velocidade supersónica, junto à barra.


 
O pesadelo de Mourinno adensava-se e os adeptos do Stoke cantavam « you're getting sacked in the morning» [«Vais ser despedido de manhã»]. A verdade é que José Moutinho nunca tinha perdido um jogo da Taça da Liga no tempo regulamentar. O jogo tornou-se mais duro, com o Chelsea a aumentar a pressão. Zouma, em dia de aniversário, atirou ao poste, aos 71 minutos, Hazard e Traoré (rendeu Ramires) também tiveram boas oportunidades, até que ao minuto 90, chegou finalmente o empate. Canto de Zouma para o segundo poste onde surgiu Remy a atirar com tudo para as malhas superiores da baliza. Um golo de raiva que abria caminho para um prolongamento.
 
Ainda antes do final do tempo regulamentar, a situação piorou para o Stoke que, logo a seguir ao golo, ficou reduzida a dez quando Phill Bardsley viu um segundo cartão amarelo por falta sobre Kenedy. Mourinho reuniu os jogadores no relvado para as últimas instruções, agora para marcar um golo em trinta minutos contra dez. O Chelsea de facto entrou com tudo, com Hazard, Willian e Traoré a rematarem sucessivamente à baliza do Stoke. A equipa de Mark Hughes tentava responder em rápidos contra-ataques, com destaque para um lance individual de Arnautovic que obrigou Begovic a sair de entre os pés para ir buscar a bola aos pés do austríaco.
 
Prolongamento e a infelicidade de Hazard
 
Os primeiros quinze minutos voaram e os segundos foram menos intensos, mas sempre com o Chelsea por cima, com destaque para um remate de Willian às malhas laterais que induziu muitos adeptos em erro. Já nos últimos instantes, Kenedy também ficou a centímetros do golo, num lance que fica marcado por mais uma grande defesa de Butland, definitivamente uma das figuras deste jogo.


 
Na lotaria das grandes penalidades, o Stoke marcou os cinco primeiros pontapés, enquanto o Chelsea falhou o quinto, com Hazard a permitir a defesa do sensacional Butland.
 
Um resultado que noutro contexto até podia ser uma surpresa, mas a verdade é que esta foi a quinta vitória do Stoke sobre o Chelsea em jogos da Taça da Liga, incluindo uma na final de 1972, naquela que continua a ser a maior conquista da história dos Potters.