José Mourinho admitiu que o próximo ano em Manchester «vai ser difícil, mas fantástico». O treinador português do United sublinhou o facto de aquela cidade inglesa ter «duas equipas do top mundial, com alguns dos melhores jogadores do mundo» e recordou o Euro 2016: «Fora o lance de Gignac, não me lembro de tremer.»

O técnico setubalense referiu que disse que queria ganhar tudo no ManUtd como «força de expressão, na tentativa de motivar pessoas um bocadinho descrentes», depois de nos últimos anos o gigante inglês ter estado afastado dos títulos.

Mourinho confessou, em entrevista ao Expresso/Sic, que tem usado muito o guarda-chuva - «em dez dias de Manchester, em julho, este foi o primeiro dia em que não choveu» -, mas que o clima até ajuda.

«Se calhar não é o ideal para passar férias, mas para trabalhar é, as condições de trabalho são maravilhosas, o clima é muito bom, os relvados são lindos e estão aqui duas equipas de top mundial, apesar de nós não estarmos na Champions, estão aqui também dos melhores jogadores do mundo», disse Mourinho, em alusão também ao vizinho City, orientado por Pep Guardiola.

«Vai ser um ano fantástico, difícil, mas se não fosse difícil, não era fantástico», acrescentou o treinador.

O treinador português também abordou a conquista do Campeonato da Europa, pela seleção portuguesa.

«Portugal teve do ponto de vista tático ideias claras», começou por frisar José Mourinho.

«Hierarquias estabelecidas e mérito do treinador e jogadores. Com a saída do Ronaldo [na final], o Fernando Santos deu ainda mais ênfase às prioridades da equipa, com o Quaresma numa ala e o Nani na frente. A equipa ficou mais sólida e compacta do ponto de vista defensivo», analisou.

«Era muito difícil a França marcar um golo, se não fosse a grande oportunidade do Gignac não me lembro de tremer», contou.

Mourinho concluiu depois: «A situação mais lógica era ir a penáltis. Entrou o Éder, abençoado, vitória histórica. Já merecíamos, Portugal merecia, o povo merecia. Obviamente, foram eles que lá estiveram que ganharam, mas acho que todos aqueles que passaram pela seleção antes se sentem um bocadinho parte. Acho que para os portugueses no mundo fora é uma coisa fantástica.»