Depois de um início de carreira conturbado ao serviço do Manchester United, com alguma irregularidade ao nível de resultados, José Mourinho parece ter encontrado a fórmula das vitórias. Os «Red Devils» venceram os últimos quatro encontros, três dos quais para a Liga Inglesa, o que permitiu uma aproximação aos lugares europeus.

Ainda assim, o objetivo declarado de conquistar o título continua longe, uma vez que o United ocupa a sexta posição a 13 pontos do líder Chelsea.

Em entrevista à revista de adeptos «United We Stand», o técnico português falou do atual momento da equipa, da vida em Manchester e revelou as visitas recentes de Sir Alex Ferguson a Carrington, centro de estágios do United.

O histórico treinador escocês não ia ao centro de treinos desde 2013, altura em que se retirou, e o regresso aconteceu a convite de Mourinho.

«Ele não tinha voltado desde que saiu, mas eu trouxe-o de volta para estar com a gente dele», começou por dizer.

«Queria que os jogadores conhecessem o grande homem, e aproveitamos para almoçar e passar algum tempo juntos. Eu desfrutei, ele também», acrescentou o português.

Ligado ao clube durante 26 anos, entre 1986 e 2012, Ferguson construiu um palmarés assinalável, de onde se destacam os 13 troféus de campeão inglês, as duas Ligas dos Campeões, a Taça Intercontinental, o Mundial de Clubes e as cinco Taças de Inglaterra. O legado é difícil de ultrapassar, mas Mourinho não vive «com fantasmas».

«Sou o tipo de pessoa que não vê fantasmas. Respeito o passado e sei que ele ama o clube. Temos uma boa relação e eu sei que esta é a casa dele», referiu, acrescentando que o antigo treinador «é sempre bem-vindo».

Sobre o momento da equipa, o técnico português lamentou os muitos empates: «Estamos a ter demasiados empates e os nossos resultados são de equipa defensiva. Ainda assim, não estamos a jogar como uma equipa de defesa».

«Quando cheguei disse que queria que o United fosse campeão agora. Sei que foi arriscado, mas senti que, independentemente das condições do clube, é obrigatório dizê-lo. Continuo a sentir o mesmo», sublinhou.

Acerca de Manchester, o «Special One» deixou a garantia de que está feliz, justificando os comentários recentes em que classificou a vida na cidade «um pouco desastrosa».

«Dar a ideia às pessoas de que não estou feliz cá, mas que estava feliz em Londres é errado. A minha família está em Londres porque a minha família está na universidade lá. O meu filho joga no Fulham. Não posso obriga-los a seguirem-me. Estão naquela idade em que querem voar», frisou.