O West Ham, clube de José Fonte e João Mário, suspendeu Tony Henry, diretor de recrutamento, para investigar acusações de racismo, depois de ter Henry ter dito que o clube não queria mais jogadores africanos porque podem «causar caos».

Um jogador denunciou a atitude discriminatória à Kick it Out, associação, que visa combater o racismo na Premier League, que teve acesso a um email de Henry para outro dirigente do clube sobre o jogador. «Não queremos mais africanos e ele não é suficientemente bom», disse Henry no email a que o jornal Daily Mail teve acesso.

O responsável pelo recrutamento foi então questionado sobre se é uma política do clube esta recusa de jogadores africanos. «Já temos três e não queremos mais». Porquê? «Por nada. Não é racismo, de todo. Só que às vezes eles têm mau comportamento. Tivemos problemas com Sakho, Diafra Sakho. Sentimos que quando não estão na equipa causam caos. Não é nada contra a raça africana, de todo. Há jogadores africanos de topo, mas às vezes causam muitos problemas quando não estão a jogar, como o que tivemos com Diafra. Mas ele já saiu, tudo bem», respondeu, acrescentando.

«Posso dizer que nos ofereceram jogadores russos. Só acho que os jogadores russos não se adaptam a Inglaterra. É como os italianos. Quantos italianos chegaram e se adaptaram a Inglaterra?», questionou.

«Como clube, não somos discriminatórios. Mas se tivermos muitos, eles ficam juntos e torna-se numa situação em que podem acontecer problemas. De qualquer forma, também pode haver problemas com jogadores ingleses».

Depois de a situação ter sido publicada na imprensa, o West Ham emitiu um comunicado a dizer que «não tolerará qualquer tipo de discriminação» e que Henry foi suspenso «devido à natureza grave das acusações».

«A família do West Ham United é inclusiva, independentemente do género, idade, capacidade, religião ou orientação sexual», garante o clube.