Mario Balotelli não será propriamente um menino de coro, mas não é o comportamento do jogador dentro de campo que mais preocupa José Mourinho. O técnico português assume o seu desassossego perante a forma como o seu «pupilo» lida com a paixão pela velocidade, e deu o exemplo de Cherbakov.
«No início da minha carreira o futebol português perdeu um jogador absolutamente incrível, de 20 anos, que terminou a carreira porque gostava de brincar com o automóvel. Isto preocupa-me muito mais. Era um jogador russo que jogava em Portugal, chamado Cherbakov, e que ficou paraplégico. Essa recordação ficará para sempre na minha vida», contou Mourinho aos jornalistas italianos.
Confrontado com a opinião de um psicólogo, que defendeu que Mourinho devia estimular Balotelli, e não humilhá-lo, o técnico português defendeu o seu trabalho. «O melhor psicólogo desportivo sou eu. Sou melhor psicólogo que a pessoa que consultaram. Ele tem apenas o conhecimento teórico, enquanto que eu tenho conhecimento teórico e prático, dado que passei toda a minha vida no futebol. Os melhores psicólogos desportivos são os treinadores.»
Muitas vezes crítico em relação ao comportamento e às palavras de Balotelli, Mourinho encarou com normalidade o facto de o jogador ter assumido que era adepto do rival Milan. «Pelo que sei o Inzaghi era adepto do Inter. Mas o que é certo é que já marcou muitos golos com a camisola do Milan, e defende aquela camisola como poucos», sustentou.