A Rússia e a China vetaram, esta segunda-feira, a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidos que determina a um cessar-fogo de sete dias na cidade síria de Alepo, que tem sido alvo de violentos combates.

A Venezuela também votou contra o texto, que foi apresentado por Espanha, pelo Egito e pela Nova Zelândia. Angola absteve-se.

A Rússia, o mais poderoso aliado do presidente sírio, tem usado seu poder de veto como membro permanente do Conselho de Segurança para anular cinco resoluções sobre o conflito sírio desde a guerra eclodiu em 2011, após o levante da Primavera árabe. A China vetou quatro desses cinco projetos de resolução.

O projeto de resolução apresentado por Espanha, Nova Zelândia e Egito propôs um cessar-fogo de uma semana que pode ser prorrogado por períodos adicionais de sete dias. O acordo também exigia que as partes permitissem o acesso humanitário imediato e seguro para as Nações Unidas e seus parceiros de forma a garantir auxílio a todos os que ainda permanecem em Aleppo.

Cessar-fogo seria contraproducente

O chanceler russo, Sergey Lavrov disse, citado pela CNN, que um cessar-fogo pode prejudicar as negociações em curso em Aleppo entre Moscovo e Washington e, por isso, seria contraproducente. O governante disse ainda, numa conferência de imprensa, que parar os ataques sobre Alepo podia criar uma oportunidade para os rebeldes se reorganizaram e fortalecerem.

Os Estados Unidos e a Rússia anunciaram, no sábado, que estão a trabalhar em conjunto num acordo para retirar os rebeldes do leste de Aleppo e garantir a entrega segura da ajuda humanitária.

Entrará em vigor um regime de cessar-fogo para evacuar os grupos armados da cidade. Se a cooperação russo-americana resultar, e temos todas as razões para acreditar que isso vai acontecer, então o problema de Aleppo oriental será efetivamente resolvido ", disse, acrescentando que permitiria "prestar ajuda humanitária e normalizar” a vida na cidade.

Os fortes combates e bombardeamentos em Alepo têm agitado a comunidade internacional. Desde 26 de novembro, altura em que se agravaram os ataques aéreos para combater os rebeldes, têm morrido diariamente dezenas de civis que ainda estão retidos na cidade.

Enquanto o regime de Bashar al-Assad tem conquistado território em Aleppo oriental, os rebeldes atingiram um hospital móvel russo na cidade, vitimando um médico e ferindo outros dois, avançou a agência de notícias Sputnik estatal da Rússia, citando um porta-voz do Ministério da Defesa.

O cerco do governo sobre os rebeldes em Alepo é mais forte do que nunca e a grandeza da ofensiva reflete-se no abastecimento da cidade. Há escassez de alimentos, água potável, medicamentos e assistência médica.