Depois da tragédia, a celebração da vida.

Neto, Ruschel e Follmann, três sobreviventes da tragédia que assolou a Chapecoense, têm por hábito fazer convívios entre eles, com pizza, jogos de póquer ou outros passatempos.

O objetivo é o de celebrar as coisas simples da vida, uma lição que todos parecem ter retirado do acidente que vitimou a quase totalidade do plantel da equipa brasileira, há sensivelmente quatro meses.

«Uma coisa que não sai da minha cabeça, no último dia que estava na Colômbia, foi o que o Neto me disse: "Comemora a tua vida. Celebra a tua vida!". São essas palavras que quero passar, vamos comemorar a vida. Realmente foi um milagre. Deus pegou-nos no colo, fomos os escolhidos para essa segunda oportunidade, e essa recuperação está a ser positiva aos olhos das pessoas de fora. Poder acrescentar um pouco a elas, deixa-nos muito felizes», afirmou Follmann, que vai-se adaptando às próteses nas pernas.

Alan Ruschel foi dos primeiros a ser internados e é também aquele que está mais próximo de regressar aos relvados. O lateral confessou à Globoesporte que até as pequenas coisas o deixam feliz.

«Não temos noção da dimensão do que representamos hoje, mas, de alguma forma, tentamos mostrar a todos que estamos a superar-nos depois de tudo o que passámos. O Follmann feliz só pelo facto de voltar a caminhar, o Neto também, vimos a alegria só por correr devagarinho à volta do campo. Eu também por poder treinar. São coisas que não têm explicação», referiu.

Pequenos gestos que, segundo os próprios, contribuem para a recuperação, depois do horror vivido durante aquele voo que vitimou quase todos os colegas que nele seguiam.