O Ministério Público Alemão vai analisar as suspeitas em torno de um alegado saco azul que teria servido para subornar dirigentes na atribuição do Mundial 2006, lançadas uma investigação da revista «Der Spiegel».
 
O inquérito estará a cargo da procuradoria de Frankfurt e, segundo as autoridades alemãs, trata-se de um procedimento preliminar para determinar se existem motivos para uma investigação formal. «Podemos estar perante um caso de corrupção, fraude ou desvio de fundos. Ainda não abrimos um inquérito, mas fá-lo-emos se as suspeitas se confirmarem», disse a procuradora-geral de Fankfurt, Nadja Niesen.
 
De acordo com o que foi publicado pela «Der Spiegel», quatro dirigentes asiáticos do Comité Executivo da FIFA podem ter sido comprados para votar a favor da candidatura alemã. O caso terá acontecido em 2000, ano da atribuição, quando o presidente da Adidas, na altura Robert Louis-Dreyfus, emprestou, secretamente, 10,3 milhões de francos suíços (aproximadamente 6,7 milhões de euros), valor que nunca apareceu nas contas da organização e que, segundo a investigação do jornal alemão, serviu para comprar os dirigentes asiáticos.
 
A Alemanha venceu a votação para a atribuição do Mundial com 12 votos a favor contra 11, sendo que os dirigentes asiáticos se juntaram aos europeus para dar a vitória aos alemães, enquanto o representante neozelandês se absteve.
 
Em 2005, Robert Louis-Dreyfus pediu o dinheiro de volta e Beckenbauer e Wolfgang Nierbasch, presidente e vice-presidente do comité organizador, arranjaram forma de o devolver sem levantar suspeitas.
 
O Der Spiegel fala em documentos internos que mostram que existiu ajuda da FIFA para a devolução do dinheiro. Alegadamente, os alemães pagaram à FIFA 6,7 milhões de euros para uma gala que se realizaria no Olímpico de Berlim e que nunca chegou a acontecer. Esse dinheiro foi transferido para uma conta em Genebra e, depois, a entidade que controla o gere o futebol mundial transfere o montante para Robert Louis-Dreyfus.

A Federação alemã rejeita as acusações e diz que a verba em causa foi paga à FIFA, mas não teve nada a ver com o Mundial 2006.