Mesut Özil anunciou, neste domingo, que já não está disponível para representar a seleção alemã. Em comunicado divulgado nas redes sociais, o jogador do Arsenal fala em «racismo e desrespeito», e deixa duras críticas ao presidente da federação germânica.

«O tratamento que recebi da federação alemã e de muitos outros faz com que não queira mais vestir a camisola da seleção. Sinto-me indesejado e sinto que aquilo que conquistei desde a minha estreia internacional, em 2009, foi esquecido», refere o jogador.

«É de coração pesado, mas após muita consideração, que tendo em conta os acontecimentos recentes decidi que não vou representar a seleção enquanto tiver este sentimento de racismo e desrespeito», acrescenta Özil.

O jogador admite ainda estar «desiludido mas não surpreendido» com as atitudes do líder federativo, Reinhard Grindel, recordando algumas posições polémicas deste relativamente à multiculturalidade e imigração.

«Pessoas com um histórico de discriminação racial não deviam ser autorizadas a trabalhar na maior federação de futebol do mundo, que tem tantos com jogadores com dupla herança familiar», acrescenta.

Özil garante mesmo que Grindel queria afastá-lo da seleção após a polémica foto com o presidente turco, Recep Erdogan, mas que o selecionador Joachim Löw e o diretor Oliver Bierhoff defenderam-no.

«Aos olhos de Grindel e dos seus apoiantes sou alemão quando ganho e imigrante quando sou derrotado», afirma.

Ainda relativamente ao encontro de maio com Erdogan, no qual participou também outro internacional alemão, Ilkay Gundogan, Özil diz que não tinha qualquer intenção política. «Tratou-se de respeito pelo mais alto representante do país da minha família», defende o jogador do Arsenal, que lembra ainda que o capitão honorário da seleção alemã, Lothar Matthaus, teve um encontro com Vladimir Putin durante o Mundial.

[artigo atualizado]