Já lá vão exatos quatro dias desde o desaparecimento que está a causar mistério em Espanha, em particular no mundo do desporto. O jovem jogador dos escalões de formação do Córdoba CF, Álvaro Prieto, de 18 anos, foi dado como desaparecido às 09h30 (08h30 portuguesas) da manhã de quinta-feira, na estação de Santa Justa, em Sevilha, e desde então não há qualquer informação sobre o seu paradeiro.

Na noite de quinta-feira, o clube espanhol confirmou o desaparecimento do atleta, que «vestia calças bege e uma camisa verde». As últimas imagens de Álvaro Prieto são as das câmaras de segurança da estação de Santa Justa, nas quais foi visto a sair pelo acesso à avenida de Kansas City.

De acordo com a imprensa espanhola, Prieto tinha chegado a Sevilha na quarta-feira, dia 11, para uma saída com amigos, sendo que tinha um bilhete de regresso a Córdoba para as 07h40 da manhã de quinta-feira. Nesse mesmo dia, quando estaria para regressar, a última comunicação com os seus pais foi às 07h22 de quinta-feira, pelo Whatsapp, na qual escreveu: «Vou para a paragem».

Segundo detalhou uma fonte familiar ao jornal El País, citada no sábado, Álvaro Prieto «estava com um amigo que vivia num colégio em Sevilha e, quando se separaram, um [ndr: Álvaro] foi para a estação e outro para o colégio». O jovem espanhol acabou por perder o comboio, também ficou sem bateria no telemóvel e tentou apanhar outro comboio, agendado para as 08h55 com destino a Barcelona, igualmente com paragem em Córdoba. Porém, não tinha o respetivo bilhete e, segundo fontes oficiais, o pessoal da segurança da Renfe, uma das entidades que explora a rede ferroviária espanhola, intercetou Álvaro Prieto e retirou-o do meio. O jovem acabaria detetado pelo pessoal da estação de Santa Justa quando tentava voltar às plataformas e foi convidado a sair das instalações.

Pelas 10h30, uma mulher ainda viu o jovem espanhol a caminhar pela avenida Kansas City, junto à estação, antes de ser dado o alerta para o desaparecimento e da denúncia do mesmo às autoridades por parte dos pais do jovem. A mesma fonte familiar detalhou, ao El País, que essa mulher «não viu nada de estranho» em Álvaro Prieto.

A Polícia Nacional colocou mãos à obra no caso, que apelidou de «inquietante», e já neste domingo, militares da Unidade Militar de Emergências (UME), com cães especializados, participaram nas buscas realizadas especialmente nas imediações da estação de Santa Justa, zona que os investigadores estão convencidos que Álvaro Prieto não abandonou, com o objetivo de apanhar um comboio de retorno a Córdoba. Não foram encontrados sinais, numa busca para a qual a polícia também solicitou a ajuda dos cidadãos.

No sábado, em declarações à Onda Cero, a mãe de Álvaro Prieto colocou duas hipóteses em cima da mesa. «Ele está desamparado, não consegue nem ligar, nem comprar um bilhete. Por isso, eu vi na conta se ele tinha comprado outro bilhete. Então, ele contou aos assistentes de bordo o que se passava, mas não fizeram caso dele. A partir daqui, teria de arranjar forma de ir para Córdoba. Ele não viria a pé, mas sim de carro. Um carro pode ter parado por aí e das duas uma: ou levaram-no e fizeram-lhe de tudo, ou foi atropelado por aí», afirmou.

A solidariedade em torno do caso levou, entre outros momentos, a uma mensagem dos adeptos no jogo da equipa principal do Córdoba, no sábado, ante o Mérida. «Álvaro, esperamos por ti», pôde ler-se, numa faixa colocada numa das bancadas. Também os jogadores das duas equipas exibiram uma faixa por Álvaro antes do apito inicial.

A imagem e os dados de Álvaro Prieto estão a ser divulgados pela SOS Desaparecidos Andalucía e o delegado do Governo central andaluz, Pedro Fernández, citado pelo El País, sublinhou que a Polícia Nacional está a «recolher testemunhas» e «ativou toda a investigação» para descobrir onde está Álvaro Prieto, sendo que «nenhuma hipótese está descartada» no caso.