A UEFA planeia introduzir uma terceira competição europeia a partir de 2021.

O anúncio foi feito pelo presidente da ECA (Associação Europeia de Clubes), o italiano Andrea Agnelli, que por inerência faz parte do comité executivo da UEFA e do comité de competições do organismo que tutela o futebol europeu.

«Pendente da aprovação do comité executivo da UEFA, foi dada luz verde para se introduzir uma terceira competição, o que fará com que o número de clubes seja de 96 na temporada 2021/22», disse Agnelli, na assembleia geral da ECA, que decorre na Croácia.

A aprovação do comité executivo é tida como uma formalidade, pelo que a criação dessa terceira prova é encarada como uma realidade a partir de 2021 por parte da ECA.

Em conferência de imprensa, os responsáveis da ECA deram depois mais pormenores sobre o projeto, que pretende ter mais 16 novos clubes nas fases mais adiantadas das competições europeias e abrir espaço a clubes de menor dimensão. À partida, o projeto sobre a mesa implica uma redução do número de clubes na Liga Europa, de 48 para 32 equipas, com a nova prova, que ainda não tem nome definido, a ficar com os mesmos 32. Ou seja, as três competições ficariam assim com 32 clubes a disputá-las, no tal total de 96.

«Fizemos um grande debate sobre maior participação dos clubes nas competições europeias. Neste modelos teremos mais 16 equipas. O Comité de Competições da UEFA aprovou o novo formato», disse Agnelli, definindo já um timing para a aprovação do projeto: «Esperamos chegar a uma definição final no Comité Executivo da UEFA em Dublin no início de dezembro.»

Dariusz Mioduski, presidente e dono do Legia Varsóvia e também membro da ECA, deu depois mais informação, embora diga que há várias questões em aberto, da fórmula de acesso às receitas.

«Estamos a ultimar as discussões sobre o formato das competições europeias para os próximos anos, até 2024. A Liga dos Campeões não vai mudar, mas tivemos muitas discussões na ECA, com os clubes e com a UEFA sobre as questões que muitos clubes, particularmente clubes mais pequenos e de federações de pequena ou média dimensão enfrentam, que são um crescente fosso financeiro e de participação entre os clubes de topo e o resto dos clubes», afirmou: «Explorámos vários formatos e opções. Explorámos a hipótese de aumentar a Liga Europa para 64 equipas, mas no fim, baseado em considerações comerciais mas também de partticipação e clareza das competições, explorámos o formato de três competições, que permitiria a 16 novas equipas entrarem nas competições europeias.»

«Ainda estamos a trabalhar em várias questões à volta», acrescentou. «A questão crítica é o acesso, como será distribuído entre as várias federações e como serão as qualificações. É importante tentar limitar o numero de rondas de qualificação e permitir um caminho claro de apuramento», diz: «Mas há outras. Questões de receita, distribuição, branding, de coeficiente, muitos detalhes.»

O jornal Bild tinha noticiado já a intenção de criação desta nova prova europeia e acrescentando que em cima da mesa estava a possibilidade de as transmissões e divulgação poderem acontecer sobretudo em formato digital.

Refira-se que desde 1999 que a UEFA não tem três competições europeias, depois da extinção da Taça das Taças.

Artigo atualizado