Jorge Jesus deixou o Sporting recentemente para assinar pelo Al-Hilal, da Arábia Saudita, mas já pensa no regresso a Portugal. O técnico foi convidado para uma palestra sobre liderança e multiculturalidade, num hotel de Lisboa, e falou também da mudança surpreendente do Benfica para os leões, há três anos.

«Quando mudei do Benfica para o Sporting não tinha noção das repercussões que isso ia ter nos sentimentos das pessoas. Comecei a perceber isso na rua, quando muitos miúdos, de dez e onze anos, me perguntavam, a chorar, porque é que tinha mudado», confessou.

«Também estou a sentir isso agora no Sporting, não é fácil para mim, mas tenho de ir à procura dos meus interesses profissionais e financeiros. (…) O que posso garantir é que saio com o objetivo de voltar a Portugal, onde, não sei», atirou.

Questionado sobre qual o clube em Portugal que gostaria de ver campeão na próxima época, Jesus foi evasivo e destacou a aproximação do Sporting ao Benfica e FC Porto: «Tenho de ter respeito pelos treinadores dos três grandes e para além do meu gosto pessoal, primeiro sou profissional, o futebol é a minha grande paixão. Dos três grandes qualquer um pode ser campeão, os dois rivais que estão mais perto são o Benfica e o FC Porto, senti isso quando trabalhei no Sporting, penso que neste momento o Sporting já esta mais próximo dos grandes rivais graças a uma valorização nós deixámos. Não tem importância para mim quem ganha, o vencedor que seja justo porque é assim que vejo o futebol.»

O técnico falou ainda do atual ambiente que se vive no futebol português, defendendo que todos têm a obrigação de mudar a situação e que não deve valer tudo para ganhar.

«É verdade que o futebol é uma indústria complicada, hoje um clube de futebol é uma empresa e todos nós temos de começar a ter uma linguagem diferente, não vale tudo para ganhar» afirmou, para depois concluir: «Em Portugal começou a perceber-se que a comunicação também é um jogo que ajuda a atingir os objetivos, é uma luta constante, mas todos nós temos de mudar a nossa forma de pensar e comunicar», declarou.