Toni Kroos, médio internacional alemão do Real Madrid, concedeu uma entrevista à Sports Illustrated da Alemanha, na qual partilhou vários pensamentos sobre diversos tópicos, desde a longa carreira no clube espanhol até às transferências no futebol moderno e a utilização de estatísticas.

Naquela que é a sua décima temporada ao serviço do Real Madrid, Kroos expressou o significado especial desse marco. «É um número especial para mim, especialmente porque estou a jogar há nove anos, não num lugar qualquer, mas num clube muito especial. No Real [Madrid], é preciso estar sempre à altura dos mais altos padrões e render sempre. Se tu jogas mal durante dois anos, é difícil ter uma carreira longa lá. Dez anos no Real Madrid parece-me bem», disse o germânico.

O jogador de 33 anos também revelou os seus planos para o futuro, indicando que pretende permanecer em Madrid mesmo após terminar a carreira. «O projeto de regressar à Alemanha caducou. Nos primeiros anos, dizemos a nós próprios: esta é uma boa aventura em Madrid. E, ao mesmo tempo pensamos quando voltaremos à Alemanha, porque é a nossa casa, a nossa família vive lá. Passados nove anos, a história é diferente. O Leon e o Amy andam numa escola daqui, o Fin no jardim de infância. Têm aqui os seus amigos e as suas atividades», referiu.

Kroos realçou ainda o conforto que a família encontrou em Madrid, descrevendo como ao longo dos anos a ideia de permanecer na cidade espanhola se tornou cada vez mais presente. «Nós [o jogador e a família] sentimo-nos muito confortáveis neste país. Depois, o clima é uma questão a que já nos habituámos. A vida em geral em Madrid é agradável, organizámos tudo para que nos sirva bem. Assim, alguns fatores mudaram ao longo dos anos e a cada ano que passamos aqui, conseguimos imaginar-nos a ficar mais e mais. Por isso, o plano é esse: depois de terminar a minha carreira - seja quando for - ficamos em Madrid para já», acrescentou.

Sobre a ida de muitos jogadores para a Arábia Saudita, sendo que muitos estão a ir em idades ainda longe do final de carreira, Kroos criticou quem toma por razões financeiras em detrimento do futebol competitivo da Europa, acrescentando que jamais o faria devido aos muitos exemplos de respeito pelos direitos humanos.

«[A falta de Direitos Humanos] é uma coisa que me impediria de fazer essa mudança, cada um tem de tomar essa decisão por si, como o Cristiano Ronaldo, por exemplo, que decidiu fazê-lo no final da sua carreira, mas torna-se muito difícil quando jogadores que estão a meio da carreira, que têm qualidade para jogar em clubes de topo na Europa, decidem fazer tais mudanças. E depois dizem-nos que jogam um futebol ambicioso, mas que o que interessa é o dinheiro. No final, é uma decisão a favor do dinheiro - e contra o futebol. E é aí que começa a ser difícil para o futebol que todos nós conhecemos e amamos», apontou.