Retirado desde 2020, Dani Osvaldo abriu o coração e fez um pedido desesperado de ajuda. Em lágrimas, o ex-FC Porto confessou que luta contra uma depressão e contra o vício do álcool e das drogas, além de ter dito que sente a vida a fugir-lhe.

Um relato arrepiante de uma pessoa que está num lugar sombrio e que grita por ajuda.

«Quero confessar algumas coisas sobre a minha vida e sobre as minhas decisões. É difícil para mim fazer este vídeo porque nunca disse algo assim, mas acho que chegou o momento. Estou bastante desesperado e não estou a passar bem», começou por dizer num vídeo gravado e divulgado pelo próprio nas suas redes sociais. 

O antigo internacional italiano pediu desculpas pelo que disse sobre a ex-companheira, Daniela Ballester. 

«Quero esclarecer que o que disse sobre a Daniela é mentira. Disse-o num estado de raiva e cegueira e estou muito arrependido. (...) Quero contar-vos algumas coisas da minha vida para que... não sei se será um pedido de ajuda ou se simplesmente tenho necessidade de falar», acrescentou.

Enquanto as lágrimas lhe escorriam pela face, Osvaldo fez um relato tocante da sua vida atualmente: do gasto das poupanças ao tratamento psiquiátrico para curar uma «depressão enorme».

«Há muito tempo que lido com uma depressão enorme. Esta depressão levou-me a cair em vícios como o álcool e as drogas e estou num momento no qual a vida a está a fugir-me das mãos. Queria partilhar isto com vocês. Estou a fazer tratamento psiquiátrico e a tomar medicação. Tenho uma doença específica. Falta-me autoestima, estou deprimido. Muitas vezes, volto a cair nos meus vícios. Caí nesta autodestruição e afasto quem está à minha vida. Vivo praticamente sozinho e fechado em casa, não saio e não faço nada produtivo da vida. Às vezes, nem vontade tenho de sair da cama ou de tomar banho. Conto-vos isto porque acho que devem saber aquilo que estou a viver. Como disse, caí em vícios muito feios que só agravaram a minha depressão», prosseguiu.

«Afastei-me de pessoas que gostam de mim e de quem gosto também. Não tenho vontade de ver a minha família ou de partilhar momentos com os meus filhos. Peço desculpa à Daniela porque está a viver coisas que não deveria viver por culpa minha. Não me quero vitimizar, mas sim explicar-vos por que razão as coisas que faço nem as minhas decisões são boas. A raiva que tenho do mundo está relacionada com a minha doença, falta de autoestima e com as minhas más decisões. Volto a repetir: estou a fazer tratamento psiquiátrico e estou medicado, mas é difícil sair [disto] e muitas vezes, volto a cair nos meus vícios. Custa-me muito seguir em frente», acrescentou.

Dani Osvaldo, de 38 anos, confessou que já não se reconhece e que está a gastar as poupanças que fez durante a carreira. Mas, mais do que tudo, sente a sua alma a «empobrecer».

«No passado fui um jogador de elite. Era uma pessoa completamente diferente, cheia de confiança e hoje não me reconheço. Custa-me muito sair disto. Há pessoas que viveram o mesmo que eu ou que têm famíliares que passaram ou passam pelo mesmo. Falem com a vossa família. Conversei com alguns membros da minha família, outros vão saber da minha situação através deste vídeo. Tenho dificuldade em abrir-me, conversar e sair da realidade que crio na minha cabeça. O que está dentro da minha cabeça não é real, mas existe e torna-se difícil distinguir entre o que a minha cabeça inventa do que é real. Se alguém estiver a passar por algo parecido que peça ajuda. Eu pedi ajuda. Sei que vou sair disto e voltarei a ser quem era. Pode acontecer a qualquer um. Neste momento, não tenho um trabalho estável, gastei quase todas as minhas poupanças porque não tenho receitas. O dinheiro não dura para sempre, mas não é o mais importante. O dinheiro nunca me interessou. Posso morrer pobre, não me importante. O que me dói mais é que a minha alma está a empobrecer. Sempre fui um bom amigo e companheiro. Quis ser um bom pai, mas nem sempre consegui. (...) É muito triste e quem sofre sou eu. Quero pedir desculpas aos meus amigos, à minha família, aos meus filhos e à Daniela. Não me quero vitimizar, mas sim tentar não voltar a cair nos mesmos erros. Vou ter de solucionar isto, não posso fugir mais.. Espero que me entendam e oxalá possa voltar a ser quem era um dia. Nada mais», concluiu.

O antigo atacante despontou na Argentina ao serviço do Hurácan e chegou à Europa para jogar na Atalanta em 2005. Osvaldo representou ainda Lecce, Fiorentina, Bolonha, Espanhol, Roma, Southampton, Inter de Milão, Juventus, Boca Juniors, Banfield e FC Porto (de forma discreta). Após o término da carreira, o ítalo-argentino decidou-se à música, mas aparentemente sem grande sucesso.

Veja o relato desesperado de Osvaldo: