Com o mês de maio a chegar ao fim, já se conhecem a maior parte dos campeões das diversas ligas europeias, entre os quais se destacam dezasssete portugueses, quinze jogadores e dois treinadores, que andaram a festejar em várias cidades do velho continente, começando por Manchester, Barcelona, Atenas e Moscovo, mas passando também por Nicósia, Donetsk, Cluj-Napoca e Gibraltar. Um número que ainda pode crescer até perto das duas dezenas com as ligas que ainda estão a decorrer no leste e no norte da Europa. O último a festejar foi Ricardo Alves, este domingo, na Eslovénia.

Nas cinco grandes ligas, as Big-5 – Inglaterra, Espanha, Alemanha, França e Itália – contamos com apenas quatro compatriotas campeões, a começar por Bernardo Silva, campeão na Premier League, pelo Manchester City de Pep Guardiola, mas também Nélson Semedo e André Gomes que também contribuíram para a «dobradinha» do Barcelona. A estes três juntamos ainda Gonçalo Guedes que, apesar de ter feito a maior parte da temporada no Valencia, em Espanha, contabilizou ainda quatro minutos com a camisola do Paris Saint-Germain, o suficiente para também proclamar-se campeão de França.

Bernardo Silva é o nome mais sonante nesta lista, não só por ter sido campeão numa das ligas mais competitivas e mediáticas do Mundo, a Premier League, mas também por se ter destacado como o jogador que fez mais jogos sob o comando de Pep Guardiola (53 jogos e 9 golos, somando todas as competições). Uma segunda festa consecutiva para um dos eleitos de Fernando Santos para o Mundial, uma vez que Bernardo Silva já tinha sido campeão, na temporada anterior, mas em França, pelo Monaco de Leonardo Jardim. O City terminou a Premier League com um total de 100 pontos, mais dezanove do que o segundo classificado, o vizinho Manchester United comandado por José Mourinho.

Em Inglaterra, uma referência ainda para o Champioship que, apesar de ser uma liga secundária, é bem mais competitiva do que boa parte das ligas europeias e que, este ano, também contou com campeões portugueses. A começar pelo treinador, Nuno Espírito Santo, mas também Roderick, Rúben Vinagre, Pedro Gonçalves, Rúben Neves, Ivan Cavaleiro, Hélder Costa e Diogo Jota que também contribuíram para o regresso dos «lobos» ao primeiro escalão.

Além de Nuno Espírito Santo, há mais dois treinadores portugueses campeões na Europa. Paulo Fonseca conduziu o Shakhtar Donetsk à conquista de mais um título na Ucrânia, reclamando o título ao «sprint», com mais dois pontos do que o rival Dínamo Kiev, enquanto Bruno Baltazar, com a ajuda de Nuno Morais, também foi campeão no Chipre, desviando a festa de Limassol para Nicósia, com mais quatro pontos do que o Apollon.

De regresso às grandes ligas, Nélson Semedo e André Gomes foram campeões de Espanha, além da conquista da Taça do Rei, terminando La Liga com uma vantagem mais do que confortável de catorze pontos sobre o Atlético Madrid de Tiago (adjunto de Simeone) e de dezassete sobre o Real Madrid de Cristiano Ronaldo. Os dois portugueses da equipa catalã, que ficaram de fora da convocatória para o Mundial2018, não foram propriamente pedras basilares na equipa de Ernesto Valverde, mas, ainda assim, o lateral somou 36 jogos, em todas as competições, enquanto o médio participou em 31.

Na Alemanha, o Bayern Munique voltou a ser campeão, desta vez sem portugueses. Renato Sanches ainda fez a pré-temporada com Jupp Heynckes, jogou na Supertaça da Alemanha, mas não chegou a calçar na Bundesliga, acabando por ser emprestado ao Swansea de Carlos Carvalhal. Gonçalo Guedes também jogou a Supertaça francesa pelo Paris Saint-Germain, mas depois ainda somou mais quatro minutos na liga francesa, no triunfo sobre o Amiens (2-0). O extremo português, que está entre os eleitos de Fernando Santos para a Rússia, ainda esteve no banco no embate com o Guingamp, mas não voltou a jogar na liga francesa, acabando por ser cedido ao Valencia onde cumpriu quase toda a época. No entanto, os quatro minutos que jogou frente ao Amiens, na primeira jornada, são suficientes para o jovem extremo também reclamar o título de campeão ao lado de Cavani, Di María, Neymar e Mbappé.

O PSG foi campeão à vontade, com mais treze pontos do que o segundo classificado, o Monaco de Leonardo Jardim, Rony Lopes e João Moutinho que acabou por se destacar como vice-campeão na última jornada, com mais dois pontos do que o Lyon de Anthony Lopes e mais três do que o Marselha de Rolando.

A concluir o capítulo das Big-5, falta ainda falarmos da Itália, onde a Juventus voltou a ser campeã, mas a verdade é que desta vez a «vecchia signora» contou com uma forte concorrência do Nápoles de Mário Rui [também vai ao Mundial] que ficou a apenas quatro pontos do líder depois e ter chegado a comandar a Série A em boa parte da época.

Nas ligas mais «pequenas», além da Ucrânia e Chipre, já referidos, temos ainda campeões na Rússia, Grécia, Roménia e ainda em Israel, Luxemburgo, Andorra e Gibraltar.

Destaque para a Rússia, com dois portugueses a festejar em Moscovo, com as cores do Lokomotiv. Além de Manuel Fernandes, que depois de uma temporada em grande nível, foi chamado por Fernando Santos para os 23 do Mundial, também contou com Éder, o herói do Euro2016, que, apesar de ter ficado entre os dez campeões europeus que não vão ao Mundial, voltou a ser determinante, ao marcar o golo que permitiu ao Lokomotiv fazer a festa.

Na Turquia, o Besiktas de Pepe e Ricardo Quaresma e o Fenerbahçe de Neto ainda deram luta até ao fim, mas acabaram por ver o vizinho rival Galatasaray a fazer a festa, sem portugueses e com mais três pontos na classificação final.

No caótico campeonato grego, o AEK de Hélder Lopes e André Simões destronou o Olympiakos de André Martins que, entretanto, já anunciou a contratação do treinador Pedro Martins para a próxima época. O PAOK de Vieirinha também chegou a andar na luta pelo primeiro lugar, mas a festa final foi mesmo de Hélder Lopes e André Simões com mais quatro pontos do que a equipa de Salónica.

Na Roménia, o campeonato também foi decidido na ponta final, com o Cluj de Mário Camora a bater o Steaua de Filipe Teixeira e Artur Jorge por apenas um ponto.

No Chipre, como tem acontecido nos últimos anos, o campeão continua a falar português, desta vez, além do treinador Pedro Baltazar, com Nuno Morais a ajudar o APOEL a ficar à frente do Apollon de João Pedro e Bruno Vale.

Na Bélgica, o Club Brugge, sem portugueses, foi campeão, apesar da sensacional recuperação do Standard Liège de Ricardo Sá Pinto que ainda ultrapassou o Anderlecht de Josué Sá para ficar no segundo lugar.

Uma referência ainda para Miguel Vítor que foi campeão de Israel pelo Hapoel Beersheva pelo segundo ano consecutivo.

Depois ainda temos campeões em Andorra [Pedro Reis, pelo Santa Coloma], Gibraltar [Bernardo Lopes, pelo Lincoln] e Luxemburgo [Tino Barbosa, pelo Dudelange].

Já este domingo, dia 28 de maio, foi a vez de Ricardo Alves também fazwer a festa do título, na Eslovénia, com a camisola do Olimpija Ljubjana.

Este grupo de dezasseis campeões ainda pode crescer até às duas dezenas, uma vez que ainda há portugueses a lutar por título na Europa, como são os casos de Wato Kuaté (RoPs) na Finlândia, Rui Pedro (Ferencvaros) na Hungria, Amâncio Fortes (Ventspils) na Letónia e Cafú (Légia Varsóvia) na Polónia.

A fechar este capítulo, fomos ver quantos campeões é que estão entre os 23 de Fernando Santos para o Mundial2018. São apenas quatro, a começar por Ricardo Pereira, o único campeão do FC Porto [a esta hora já é do Leicester], além de Manuel Fernandes (Lokomotiv Moscovo), Bernardo Silva (Manchester City) e os tais quatro minutos de Gonçalo Guedes (PSG).

PAÍSES COM CAMPEÕES PORTUGUESES

Andorra: Santa Coloma (Pedro Reis)

Chipre: APOEL (Nuno Morais e Bruno Baltasar, treinador)

Eslovénia: Olimpija Ljubjana (Ricardo Alves)

Espanha: Barcelona (Nélson Semedo e André Gomes)

França: PSG (Gonçalo Guedes)

Gibraltar: Lincoln (Bernardo Lopes)

Grécia: AEK (Hélder Lopes e André Simões)

Inglaterra: Manchester City (Bernardo Silva)

Israel: Hapoel Beersheva (Miguel Vítor)

Luxemburgo: Dudelange (Tino Barbosa)

Roménia: Cluj (Mário Camora)

Rússia: Lokomotiv Moscovo (Manuel Fernandes e Éder)

Ucrânia: Shakhtar Donetsk (Paulo Fonseca, treinador)

PAÍSES SEM CAMPEÕES PORTUGUESES

Albânia: Skenderbeu

Alemanha: Bayern Munique

Arménia: Alashkert

Azerbaijão: Qarabag

Áustria: Salzburgo

Bélgica: Club Brugge

Bielorrússia: BATE Borisov líder, mas ainda a decorrer

Bósnia-Heregovina: GOSK Gabela

Bulgária: Ludogorets

Cazaquistão: Astana é líder, mas ainda a decorrer

Croácia: Dínamo Zagreb

Dinamarca: Midtjylland

Escócia: Celtic

Eslováquia: Spartak Trnava

Estónia: Nomme Kalju é líder, mas ainda a decorrer

Finlândia: RoPs (Wato Kuaté) é líder, mas ainda a decorrer

Geórgia: Saburtalo Tbilisi é líder, mas ainda a decorrer

Holanda: PSV Eindhoven

Hungria: Videoton e Ferencvaros (Rui Pedro) na luta pelo título, ainda a decorrer

Ilhas Feroé: HB, B36 e KI na luta pelo título, ainda a decorrer

Irlanda do Norte: Crusaders

Islândia: Breidablik e FH são líderes, a decorrer

Itália: Juventus

Kosovo: Drita

Letónia: Rigas, Ventspils (Amâncio Fortes) e Liepaja na luta pelo título, ainda a decorrer

Lietchenstein: Vaduz

Lituânia: Suduva e Zalgiris na luta pelo título, a decorrer

Macedónia: Shkendija

Malta: Valleta FC

Moldávia: Sheriff é líder, ainda a decorrer

Montenegro: Sutjeska

Noruega: Brann, Rosenborg e Ranheim na luta pelo título, ainda a decorrer

Polónia: Legia Varsóvia (Cafú) e Jagiellonia Bialystok discutem título, a decorrer

País de Gales: The New Saints

República Checa: Viktoria Plzen

República da Irlanda: Dundalk e Cork City disputam o título, a decorrer

São Marino: La Fiorita e Folgore discutem título

Sérvia: Estrela Vermelha

Suécia: Hammarby e AIK lutam pelo título, a decorrer

Suíça: Young Boys

Turquia: Galatasaray