A queda do avião que transportava a equipa da Chapecoense para a Colômbia voltou a deixar um marco trágico na vida de Paulo Paixão.

Em 2002, quando fazia parte do «staff» da seleção brasileira, o preparador físico perdeu o filho Alessandro, que sofreu um ataque cardíaco depois de ver o Brasil conquistar o "penta". 

Agora, catorze anos depois, Paulo Paixão "perde" mais um filho para o futebol: Anderson Paixão, preparador físico da Chapecoense.

Paulo Paixão falou à Rádio Gaúcha e não conteve a emoção: «É um momento realmente muito difícil. Fomos apanhados de surpresa. Quis o bom Deus que isto voltasse a acontecer. Já tínhamos perdido o Alessandro em 2002, depois de chegar do Campeonato do Mundo. Eu acho que esse era o nosso destino.»

Anderson chegou à Chapecoense em 2011 e acompanhou o crescimento notável do clube nos últimos anos, que lhe permitiu também chegar à seleção brasileira. «O Anderson estava na Chapecoense desde a Série C. Ele vivia, como todos no clube, um momento mágico. Estava na Seleção com o Tite. Continuou depois de o Dunga o ter levado», contou o pai.

O acidente de avião vitimou mais de setenta pessoas, de acordo com os dados mais recentes, entre jogadores, equipa técnica, jornalistas e membros de bordo. Paulo Paixão não deixou passar a oportunidade e enviou força às restantes famílias: «Eu tenho que agradecer por mais um dia de vida, mas infelizmente, dar os pêsames às demais famílias, por aqueles que partiram. É uma situação que traz reflexões», concluiu.

A aeronave onde seguia a comitiva do Chapecoense despenhou-se, na madrugada desta terça-feira, na aproximação a Medellin, onde o emblema brasileiro ia defrontar o Atlético, em partida referente à 1ª mão da final da Taça Sul-Americana.