A tragédia da Chapecoense que chocou o mundo do futebol continua muito presente no dia-a-dia do Brasil e Marcelo Boeck falou pela primeira vez depois do sucedido.

O guarda-redes emprestado pelo Sporting ao emblema brasileiro não viajou com a equipa rumo a Medellín, nessa viagem que acabou por custar a vida a quase todo o plantel e, por isso, falou num misto de emoções.

«Naquela hora achamos que fomos injustiçados, que por algum motivo que não entendemos não viajámos. Agora sabemos que tivemos uma segunda oportunidade e sentimos um misto de alívio e tristeza. Nós que ficámos aqui, que tivemos uma segunda oportunidade, temos de dar consolo e ajuda para aqueles que precisam. Não podemos deixar que esqueçam aqueles que partiram. E também precisamos de rezar pelos que estão a lutar pela vida», começou por referir o jogador, em declarações ao globoesporte.

Boeck deixou os leões rumo ao clube de Chapecó mas perdeu espaço na equipa titular, pelo que ficou de fora desse jogo para a Taça Sul-Americana. Depois da tragédia, o guardião quer agora honrar o nome dos colegas falecidos.

«O clube precisa daqueles que ficaram, para lembrarmos dos que partiram e honrarmos os adeptos e famílias. E eu hoje, com 32 anos, vejo que não faz mais sentido certas coisas que antes dava mais valor. O que vale mesmo é ter princípios, caráter e não abandonar o clube neste momento terrível. Se a Chapecoense quiser, estou aqui para continuar essa história. Quando perdemos um grande número de pessoas, deixar o clube na mão não seria bom. Eu quero ajudar na reconstrução, fazer parte disso e não deixar o clube morrer», sublinhou.

O guarda-redes revelou ainda que pretende ser um apoio para os familiares dos antigos colegas.

«Quero que os familiares tentem ver em mim sempre o lado bom dos seus familiares que partiram. Estarei sempre pronto para ajudar a confortar todos. Nós precisamos de ajudar-nos nesta hora tão dura», vincou.