O caso da mulher muçulmana a quem foi negado o acesso a um museu, em Veneza, por levar o véu, que lhe tapa o rosto todo menos os olhos, lançou a polémica em Itália. Sobretudo depois de o vigilante que a proibiu de entrar ter sido afastado do seu posto de trabalho, informa a agência EuropaPress.

O agente de segurança em questão, Diego Lupo, de 27 anos, assegurou em declarações ao diário «Corriere della Sera» que o único motivo que o levou a actuar dessa forma foi o cumprimento das medidas de segurança.

O museu onde o incidente teve lugar 'Ca' Rezzonico', proíbe explicitamente a entrada a visitantes que tenham a cara coberta. Lupo afirmou que tinha explicado à mulher e aos seus dois acompanhantes, marido e filho, a situação mas, a família, depois de pedir explicações decidiu abandonar a galeria.

«A lei é a mesma para todos»

Num primeiro momento, todas as vozes se levantaram para criticar a actuação do vigilante. Na opinião do director dos museus da cidade, Giandomenico Romanelli, «se pelo meio está a cultura e a religião temos que ser cautelosos e ter respeito».

Mais tarde foram muitos os que também saíram em defesa do segurança. «A lei é a mesma para todos», explicou o sub-secretário da presidência do Conselho de Ministros, Carlo Giovanardi.

«Se nós respeitamos os usos e costumes dos outros, os outros também têm que respeitar as nossas leis», destacou o presidente da região do Veneto, Giancarlo Galan.

Finalmente o presidente da câmara da cidade, Massimo Cacciari, tentou acalmar a situação, assegurando que o segurança não será despedido. «Como o poderíamos fazer? Só porque cometeu uma estupidez?», questionou. De facto, o segurança não chegou a ser despedido mas sim recolocado noutro museu.