Os jogadores da seleção da Guiné-Bissau recusaram este sábado treinar até lhes serem pagos os prémios pela qualificação para a Taça das Nações Africanas de 2017 (CAN2017), a disputar no Gabão.

Fontes da federação guineense e da equipa técnica confirmaram à agência Lusa o boicote dos futebolistas, que deveriam ter recebido, cada um, cerca de 50 mil euros pela inédita qualificação para a CAN2017.

Conseguido o apuramento para a fase final, que vai ser disputada entre 14 de janeiro e 05 de fevereiro, a federação deu conta da impossibilidade de cumprir este acordo, por falta de dinheiro.

Perante esta situação, os jogadores exigiram 10 mil euros, mas a federação mostrou-se apenas disponível para pagar metade deste montante. No entanto, ainda não foi feito nenhum pagamento, disseram alguns jogadores da seleção guineense à Lusa.

Por não acreditarem num pagamento depois da CAN2017, os jogadores recusam voltar a treinar, exigindo que os prémios sejam saldados antes da viagem para o Gabão.

Os três capitães, Bocundji Cá, Zezinho e Jonas Mendes, foram chamados à presidência da República para um encontro com o Chefe do Estado, José Mário Vaz, na tentativa de resolver a questão.

O presidente guineense tem tentado arranjar verbas para cobrir o orçamento de cerca de 1,374 mil euros apresentado pela federação para pagar as despesas da CAN2017, mas fontes do Governo indicaram à Lusa que «não tem sido fácil conseguir o dinheiro» necessário.

Outra fonte citada pela agência, da comissão preparatória da participação da Guiné-Bissau na CAN2017, adiantou que o país pretende levar ao Gabão cerca de 200 pessoas, entre convidados da federação, jornalistas, elementos da claque organizada e membros do Governo.

Na sexta-feira, José Mário Vaz convocou representantes de várias empresas e bancos para lhes solicitar apoios, mas as respostas «ficaram aquém das expetativas.

A seleção guineense devia partir hoje para o Gabão mas, dadas estas dificuldades, a viagem só deverá ocorrer nos próximos dias.