A Volta a França de 2024 já foi apresentada e terá muitas novidades. Desde logo, em vez da tradicional chegada ao sprint em Paris, após um ‘passeio’ de consagração dos vencedores, terá como última etapa um contrarrelógio individual em Nice, no sul do país.

A alteração deve-se à organização dos Jogos Olímpicos de Paris e promete dar alguma emoção extra ao último dia de prova.

A partida será a 29 de junho na cidade italiana de Florença – primeira vez que o ‘Grand Départ’ é feito em Itália. Além disso, haverá ainda percurso feito em estradas de terra, na região de Champagne, algo já feito noutras provas. Para o diretor da prova, Christian Prudhomme, «é uma forma de quebrar a monotonia, de evitar que se encadeiem etapas planas com finais ao sprint».

Se a alta montanha é a ‘alma’ da Volkta a França, a edição do ano que vem estará à altura do legado. Ao todo, serão sete etapas de montanha e quatro chegadas em alto, passando pelos Alpes, Apeninos, Maciço Central e Pirenéus.

Na apresentação da prova, esta quarta-feira, em Paris, Christian Prudhomme disse que trata de «um Tour menos montanhoso do que o do ano passado, mas isso não significa que seja menos duro».

O vencedor das últimas duas edições, o dinamarquês Jonas Vingegaard, da Jumbo-Visma, também entende que o percurso é duro, mas gostou do que viu.

«É um bom traçado, muito duro. Assenta-me bem. Há muitos quilómetros em altitude, onde normalmente me sinto à vontade. Estou muito satisfeito com o que vi, estou ansioso para que comece», afirmou o bicampeão da prova, presenta na apresentação oficial do ‘Tour’ 2024.

«Não creio que vá haver uma etapa decisiva. Há a etapa de caminhos por asfaltar, dois contrarrelógios e algumas jornadas de montanha muito difíceis», acrescentou.

O esloveno Tadej Pogacar, vencedor das edições de 2020 e 2021, também gostou do percurso e entende que a geral se decidirá «nos últimos três dias».

«É um percurso bonito. Gosto da primeira semana, um pouco mais dura do que nos últimos anos. Teremos de estar em boa forma logo desde o início», disse o vice-campeão dos últimos dois anos, acrescentando: «os três últimos dias vão ser decisivos. Não é um final clássico do Tour, normalmente há uma jornada difícil nos últimos três dias, mas na próxima haverá três superduras».

Já o britânico Mark Cavendish ficou menos agradado, em particular com as dificuldades previstas para os primeiros dias. O sprinter, de 38 anos – terá 39 quando o ‘Tour’ for para a estrada - adiou a reforma para procurar desempatar com Eddy Merckx no recorde de vitórias em etapas na Volta a França; ambos têm 34.

O comentário de Cavendish foi curto, mas esclarecedor: «é tão duro que, para ser sincero, estou em choque»!