O campeão inglês entra a sorrir na nova época. Em Wembley, um bis de Aguero deu a quinta Supertaça de Inglaterra ao Manchester City e desempatou o palmarés com o Chelsea. Na estreia oficial de Sarri, os londrinos sucumbiram ao poderio das transições, circulação de bola pela certa e contra-ataque contrário. Filosofia de Guardiola, pois claro.

O equilíbrio defensivo e a sobriedade assente no Man. City, aliado à velocidade e criatividade na execução do meio campo para a frente, tramou um Chelsea ainda à procura de identidade renovada com um novo italiano ao comando.

Mesmo ainda sem De Bruyne ou Sterling, este City mostrou, numa primeira chamada à competição, ser uma equipa muito mais capacitada face a outro dos crónicos candidatos a títulos em Inglaterra.

Com o português Bernardo Silva no onze, além do reforço Mahrez e do jovem de 18 anos Phil Foden no meio campo, a equipa de Manchester entrou altiva, com controlo de bola. Ao ataque, naturalmente.

Tudo isto perante um Chelsea algo desprotegido, sobretudo no meio campo. Foi por ali que Foden ganhou espaço e metros galgados para servir Aguero. O argentino recebeu e o remate pé esquerdo à entrada da grande área só parou no fundo da baliza de Caballero.

O golo ao minuto 13 traduzia eficácia no primeiro remate enquadrado, mas também a superioridade do futebol do City. Só várias vezes a pecar pela individualidade de Aguero ou Mahrez na conclusão dos lances.

Do outro lado, só a irreverência de Odoi assustou, no único (!) remate do Chelsea à baliza, aos 34 minutos. Bravo afastou para a frente e a defesa completou.

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A segunda parte acentuou a falta de argumentos do Chelsea, sobretudo depois do segundo golo. Aguero já tinha desperdiçado clara ocasião na cara de Caballero ao minuto 50, mas não perdoou volvidos outros oito.

Um contra-ataque perfeito, nada suspeito desta equipa de Guardiola, começou num corte de Stones, seguiu na condução de Gundogan e acabou num passe perfeito de Bernardo Silva para o desvio certo do argentino.

Sarri respondeu de pronto com as entradas de Willian e Drinkwater, mas o City foi de serenidade estonteante. Apurou a circulação de bola, jogou de trás para a frente, deu largura e profundidade. (Quase) tudo sem hesitações.

Aguero ainda teve o hat-trick nos pés num remate à meia volta defendido por Caballero, que negou, na reta final, três tentativas ousadas do recém-entrado Brahim Diaz. Pelo meio, Moses não aproveitou uma rara hesitação da defensiva do City.

A acabar, Bernardo Silva quase pintou o marcador com o 3-0, mas Guardiola conquista mesmo a primeira Supertaça em Inglaterra. E deixa um aviso à concorrência, no resgate do título que fugia desde 2012.