Lulinha é um nome pouco conhecido no futebol português, mas na Coreia do Sul é um dos jogadores mais badalados. O médio, que passou pelo Estoril e pelo Olhanense no início da década, joga atualmente no Pohang Steelers,vencedora da «Champions» asiática por três vezes, e, para já, não se mostra muito preocupado com as ameaças de guerra da Coreia do Norte.

«Vou ser sincero, parece que nada se está a passar aqui. Ninguém comenta nada sobre o tema. A vida está normal. Para ser sincero, fico mais preocupado com os meus pais no Brasil do que com a situação aqui na Coreia. A guerra no Brasil é pior, há roubos, assaltos e políticos», começou por dizer, em declarações ao «UOL esporte».

«Sempre que a minha mãe vê alguma coisa na televisão liga-me a saber como estou. Quando fico a saber de alguma coisa é porque ela me ligou ou porque vi em algum jornal brasileiro. As pessoas daqui não falam sobre isso», acrescentou.

O médio brasileiro, há dois anos na Coreia do Sul, ainda nem elaborou um plano de fuga de emergência caso alguma guerra seja despoletada, o que demonstra a despreocupação sobre o assunto: «É para verem o quão estou tranquilo. Há alguns meses ouvimos a história de que os brasileiros que vivem aqui estavam a ir à embaixada deixar os seus nomes para um voo de emergência. Pensámos em fazer isso, mas depois deixámos para segundo plano.»

O jogador de 27 anos admite, porém, que existe o risco de um conflito entre os dois países, até porque a Coreia do Sul é aliada dos Estados Unidos: «Esse tipo da Coreia do Norte [o presidente Kim Jong-un] é meio maluco. E a Coreia do Sul é aliada dos Estados Unidos da América, então o risco existe. Mas a nossa maior preocupação não é a guerra mas sim os terramotos e os tufões.»

Recorde-se que as tensões entre norte-americanos e norte-coreanos são históricas e têm crescido desde que Donald Trump chegou à Casa Branca. Kim Jong-un tem ameaçado os EUA ao longo dos últimos meses e no passado domingo a Coreia do Norte revelou que explodiu uma bomba de hidrogénio que tem um poder destrutivo superior ao das bombas atómicas.