Dois dos ex-dirigentes da FIFA associados ao escândalo de corrupção de 2015 foram condenados em tribunal em Nova Iorque, enquanto um terceiro foi absolvido. O brasileiro José Maria Marin e o paraguaio Juan Angel Napout aguardam para conhecer a sentença depois de o júri os ter considerado culpados de vários crimes, enquanto o peruano Manuel Burga sai em liberdade.

O julgamento dos três dirigentes, todos eles ex-presidentes das Federações dos respetivos países e acusados pela justiça norte-americana de associação criminosa e lavagem de dinheiro associada à venda de direitos televisivos e de marketing de várias competições, começou em novembro. Na sexta-feira passada Marin foi considerado culpado de seis das sete acusações, Napout condenado em três de cinco crimes. O júri disse que não tinha chegado a um veredicto no caso de Burga e o juíz deu mais uns dias que para que se alcançasse uma decisão, o que aconteceu nesta terça-feira.

Burga acabou por ser ilibado do crime de associação criminosa. Este é o dirigente que tinha sido acusado em tribunal por uma das testemunhas-chave de intimidação. O argentino Alejandro Burzaco disse que, enquanto depunha, Burga lhe dirigiu um gesto a imitar uma degolação.

Este julgamento decorre do mega-processo de investigação da justiça dos Estados Unidos que rebentou em 2015 e levou à detenção de vários dirigentes sul-americanos e da Concacaf, num raide que se estendeu à Suíça, onde foram detidos vários dos dirigentes à margem do congresso da FIFA. A acuação envolvia mais de quatro dezenas de pessoas e cerca de duas dezenas deram-se como culpados, tendo alguns deles chegado a acordo com a justiça norte-americana. Alguns dos acusados não foram ainda extraditados para os EUA para serem julgados.