O NK Domzale anunciou nesta semana a contratação de Álvaro Brachi. O anúncio do clube esloveno da integração do defesa espanhol no plantel é uma situação como tantas outras habituais quando se reforça a equipa; e especialmente comum em altura de janela de transferências como a que terminou nesta segunda-feira.

O mais inusitado deste processo de contratação foi que a sua concretização foi consequência de um anúncio via internet a procurar reforços. O Domzale mostrou-se interessado na contratação de um defesa através da rede social «Linkedin». O anúncio a abrir as portas do clube foi feito pelo treinador Luka Elsner na sua conta pessoal.

O clube esloveno fez também já eco nas redes sociais do impacto que teve a sua iniciativa. Luka Elsner comunicou estar à procura para a equipa de um defesa direito que tivesse passaporte da União Europeia e que fosse muito ofensivo para integrar um sistema de jogo 3x4x3. Os resultados foram os pretendidos.


 

Največja evropska športna dnevnika L'EQUIPE in La Gazzetta dello Sport sta se razpisala o #NKDomzale in trenerju Luki...

Publicado por Nogometni klub Domžale em  Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2016

O anúncio (atualmente com 335 visualizações, 14 gostos e 12 comentários) foi colocado no dia 7 do mês passado e os frutos foram comunicados no último dia 29. Nesta terça-feira, Luka Elsner explicou a eficácia do processo ao ter meia centena de empresários a seguirem a sua conta.

«Devo ter recebido em três dias 150 perfis de jogadores. É a melhor forma de ter tanto retorno em tão pouco tempo. Fizemos a seleção e ficámos com um espanhol que jogou no Videoton, na Hungria. Penso que fizemos uma muito boa escolha», afirmou Elsner ao «L’Équipe».

O escolhido foi Álvaro Brachi, defesa espanhol de 30 anos, que jogou nas equipas B do Bétis e do Espanhol antes de ir para o Chipre representar o Anorthosis. Uma época depois, o lateral direito sevilhano mudou-se para o Videoton no mesmo ano em que Paulo Sousa foi treinar o clube húngaro – onde Brachi se cruzou também com Marco Caneira, Filipe Oliveira, Vítor Gomes e Lupeta.



No início de janeiro, o Domzale viu sair o seu capitão Nejc Skubic para o Konyaspor da Turquia. A resposta para compensar a saída foi feita à medida das necessidades. «Temos um orçamento pequeno», explicou Grega Krmanvar à «BBC»: «Precisávamos de um substituto que não encontrávamos na Eslovénia e não tínhamos outras escolhas.» «O Linkedin foi uma ideia do nosso treinador principal, Luka Elsner. Decidimos que era uma boa aposta e ele publicou-a no seu perfil», contou o relações públicas do clube.

Depois de analisadas as «imagens do melhores candidatos» passou-se à concretização: «Brachi era o melhor candidato e decidimos convidá-lo para treinar uma semana à experiência connosco e depois contratámo-lo», revelou Krmanvar justificando a escolha: Precisávamos de um jogador que estivesse sem contrato ou quisesse mudar de ambiente e achamos que encontrámos um jogador de muita qualidade.»

«Acredito que somos o primeiro clube a encontrar um jogador desta forma», afirmou o relações públicas. Mas no tempo da globalização esta já não foi a primeira vez que a internet serviu como veículo para encontrar a pessoa certa para o lugar certo. E os treinadores têm sido dos mais procurados, como se vê por vários exemplos que têm sido destacados pelo insólito cada vez menos invulgar.

Em fevereiro de 2014, o Wrexham anunciou no site do clube que o lugar de treinador principal estava vago convidando às «candidaturas» para o lugar. O anúncio (para) treinador [como pode ler-se no endereço da página] tinha validade de uma semana requerendo apenas a entrega de um currículo. O novo treinador do clube galês só apareceu, porém, cerca de um mês depois do convite. E sem notícia de que tenha sido Kevin Wilkin a responder à solicitação.

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Já em junho do ano que passou foi a seleção nacional da Finlândia que decidiu colocar um Procura-se treinador a circular na internet. O site da federação finlandesa aceitou candidaturas até 3 de agosto de 2015 disponibilizando a satisfação de dúvidas com o presidente da instituição.

A proposta de candidatura a «treinador principal para a equipa nacional masculina A» pedia a UEFA Pro-license e conhecimento do futebol internacional bem como experiência e resultados nos cargos anteriores. E oferecia um contrato de dois ou de quatro anos que podia começar desde logo (a meio de uma fraca fase de qualificação para o Euro 2016) sendo que o candidato podia indicar o salário pretendido.

Hans Backe concorreu e acabou como escolhido, mas com entrada ao serviço marcada apenas para o início deste ano, em que a atenção dos finlandeses já está virada para a qualificação para o Mundial 2018. O sueco não treinava desde 2012 (New York Red Bulls) e trabalhava como comentador no seu país. O desafio de voltar a uma qualificação para um Mundial levou-o a concorrer. E ganhou; numa corrida que envolveu 150 participantes, como revelou à emissora nacional finlandesa «Yle» Juha Malinen, técnico desde 2014 do RoPS e um dos candidatos vencidos.
 


A federação dos Camarões tentou o mesmo que os finlandeses, mas, aparentemente, ainda não teve a mesma sorte. A seleção africana recorreu no seu caso à conta de «Twitter» da federação para procurar um treinador que deve ter requisitos que vão desde a «boa moral», até às licenças de mais alto nível passando pelos conhecimentos informáticos ou por uma «boa agenda de contactos».

Para analisar as candidaturas foi criada inclusivamente uma comissão ad hoc, mas, por enquanto, a equipa nacional camaronesa vai sendo orientada pelo substituto do alemão Volker Finke – demitido em outubro do ano passado, antes de os Camarões começarem a qualificação para o Mundial.

Alexandre Belinga assumiu o papel de interino e passou, entretanto, a ronda de estreia dos «leões indomáveis» (a segunda do continente) na fase de qualificação para o Mundial 2018 – falta a terceira fase, a de grupos, a disputar a partir de outubro, para saber quais as seleções africanas que vão à Rússia.

A federação do Cazaquistão tratou de forma diferente a escolha do novo selecionador. O país euro-asiático lançou aos adeptos no final de 2015 a possibilidade de terem uma palavra a dizer sobre o selecionador mediante uma votação no site da federação.

Na primeira fase desta sondagem, os adeptos deveriam escolher se querem um selecionador cazaque ou estrangeiro. Mas, para que esta primeira resposta seja vinculativa, a federação exigiu a participação de pelo menos 50 mil pessoas. Esta fase terminou no passado dia 15 e, por enquanto, o cargo de selecionador do Cazaquistão continua a ser detido por Yuri Krasnozhan desde 2014.