Augusto Inácio já rescindiu contrato com o Zamalek.

No fim de um longo dia, o treinador português desligou-se do clube egípcio. Antes disso, porém, esteve retido dentro das instalações do Zamalek e impedido pelos funcionários do clube de sair.

Foi o próprio treinador português quem o confirmou ao Maisfutebol, acrescentando que já tinha contactado a Embaixada Portuguesa no Egito, que estava a caminho das instalações do clube para prestar auxílio ao português.

Foi já com a presença de dois elementos da representação diplomática que Inácio se reuniu com Mortada Mansour e acertou os termos da desvinculação: assinou a rescisão e saiu das instalações do Zamalek, ficando por fim em liberdade.

Mas por partes.

Antes de mais convém referir que Inácio nunca correu perigo «Está tudo na paz do senhor», revelou Inácio a meio da tarde. «Não fui ameaçado fisicamente, estamos aqui a conversar, calmamente, tudo tranquilo. Só não me deixam sair.»

Mas o que se passou afinal?

«Nós estamos em Alexandria e o presidente Mortada Mansour mandou-me regressar ao Cairo para termos uma reunião. Eu viajei ontem, entretanto o presidente mandou dizer que já era tarde e a reunião ficava para hoje. Tudo bem», começa por referir.

«Hoje apresentei-me nas instalações do clube e recordei que havia um treino marcado para a tarde em Alexandria. Portanto exigi um papel a confirmar que estava autorizado a faltar ao treino para estar nesta reunião, porque não queria ser acusado de faltar ao trabalho e dar uma razão ao clube para rescindir unilateralmente. Disseram-me que o presidente já estava a chegar e que não ia ser preciso. O tempo passou, o presidente não chegava e eu disse que me ia embora, que não ia faltar ao treino.»

Foi nessa altura que as coisas se complicaram.

«Não me deixaram sair. Estou aqui retido. Por isso contactei a Embaixada Portuguesa no Cairo e os responsáveis estão neste momento a caminho do clube para me prestar auxílio.»

Tudo isto por volta das 16.30 horas. Cerca de uma hora depois, Mortada Mansour chegou ao clube e encontrou-se com o treinador, para muito rapidamente tratarem da rescisão amigável de contrato: Inácio conseguiu ainda um acordo financeiro para sair do clube.

Refira-se que o ambiente entre Augusto Inácio e o Zamalek já não era bom e ficou insuportável quando o treinador português deu uma conferência de imprensa em que acusou o presidente Mortada Mansou de mentir e de querer fazer dele o bode expiatório da situação.

Depois disso, o próprio Mortada Mansour revelou à imprensa egípcia que ia até às últimas consequências contra Augusto Inácio.

«Todos os comentários do Inácio contra mim e contra a direção do Zamalek serão encaminhados para a FIFA, porque vou fazer uma queixa formal contra ele», referiu o presidente do Zamalek.

A conversa que aconteceu esta tarde serviu para acalmar as partes e consumar o divórcio.

Recorde a conferência de imprensa de Inácio: