Seis meses depois de terminar ligação de oito anos no Barcelona, com destino a Turim, Daniel Alves falou abertamente, pela primeira vez, da saída da Catalunha.

«Nas últimas três épocas, dizia-se sempre que o [Daniel] Alves ia sair, mas os diretores nunca diziam nada na cara. Foram falsos e mal agradecidos. Não tiveram respeito. Só ofereceram renovação quando a FIFA os sancionou», aponta o lateral direito brasileiro, que procurou esclarecer a relação nem sempre saudável com Cristiano Ronaldo.

«Toda a minha quezília com Cristiano foi culpa da imprensa. Respeito-o muito. Tudo o que dizem é que é um profissional gigante. Era meu rival e tinha de competir. Penso o mesmo de Messi e Neymar. Acontece que a imprensa disse que eu tinha falado mal dele. E o Ronaldo acreditou, por isso não me cumprimentou na gala da Bola de Ouro em 2015», afirmou.

O jogador de 33 anos foi ainda confrontado com os duelos entre Real e Barcelona no tempo de Mourinho e Guardiola. «O [Real] Madrid de Mourinho não sabia perder. Jogava sujo», comentou o atual jogador da Juventus, que se diz «feliz» em Itália, num clube «ganhador», ao mesmo tempo que apontou as hipóteses do rival do FC Porto na Liga dos Campeões.

«Temos equipa para a disputar. Vamos passo a passo. Primeiro o FC Porto e logo vemos o que vem», antecipou.

Em entrevista ao jornal espanhol ABC, Dani Alves abordou também a fama ganha com o futebol, que já lhe deu 32 títulos, mas pouca felicidade. «Traz-te uma falsa vida. Por isso quando ganhei uma Liga dos Campeões não fiz 300 fotografias com o troféu. Agora que sou famoso, dou conta que as pessoas famosas são mal vistas. O futebol traz inveja, hipocrisia e falsas amizades», completou.
 
O internacional brasileiro cumpre a primeira época na Juventus, após passagens por Barcelona e Sevilha, clube ao qual chegou à Europa oriundo do Bahia.